Aprendendo a Viver: da angústia à paz.

Transformando nossos erros em aliados
  
“Quanto dista o Oriente do Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões.” 
(Salmo 103:12)

Esta reflexão é um convite para ‘passearmos’ um pouco pelas palavras das Sagradas Escrituras. Leia Romanos 7: 14-25
O apóstolo Paulo atinge aqui o âmago de sua amarga experiência espiritual. Confessa que vê o melhor e o aprova, mas inclina-se para o pior. Descobre a diferença que existe entre a natureza da lei e sua própria natureza. O espiritual e o carnal opõem-se entre si. Para Paulo o ideal é Cristo, ou a vontade de Deus refletida em Sua lei santa e boa. O pecado era o seu eu desorganizado, o Paulo que ele não gostava de ser.  Esse conflito íntimo lhe é estranho? Trago-o comigo!
Este conflito íntimo de dupla consciência nós o conhecemos muito bem. James Deney diz que para “estar salva do pecado, a pessoa precisa reconhecê-lo seu e ao mesmo tempo renegá-lo; este é o paradoxo prático que se reflete neste versículo.” Paulo compreende este paradoxo e se aflige e se angustia. Olha seu corpo como instrumento do pecado e vê como destino a morte. ‘Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?’, disse Paulo. 
Esse pecado tão repulsivo, escravizador e sinônimo de morte dá a Paulo o desejo de livrar-se de seu corpo. Mas, eis que algo de esperança lhe surge na mente: “Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado.” A certeza da salvação lhe inunda a alma.
Essa tem sido a nossa experiência como cristãos. Vivemos num mundo onde a transgressão à lei de Deus é uma dura realidade. O pecado dos seres humanos tem se refletido na natureza de forma que a Bíblia retrata que a Terra geme e sofre por causa de seus moradores. Leia Romanos 8:22-23
Muitos desses sofrimentos recaem sobre o próprio homem e isto tem gerado angustia entre as nações.
É o problema de falta de alimentos na Somália um problema apenas de ordem alimentar e climática? Claro que não. A ambição política tem estendido o seu braço impedindo que milhares de famintos tenham suprida a sua carência de alimentos. Os organismos internacionais humanitários têm os recursos, entretanto, são impedidos de chegar até as vitimas da ambição de grupos políticos rebeldes e radicais. Tudo isto em nome de que?
A atual crise financeira americana nada mais é que o reflexo de sua ambição política e financeira. Os EUA investiram muito mais em armamento do que no social. Resultado: cadeias superlotadas de ladrões, estupradores e assassinos. Sem falar da queda do nível de esperança da população com relação ao futuro.
Vivemos sob a égide de uma sociedade extremamente materialista, onde o consumir, o ter, é privilegiado e incentivado. O espiritual e o emocional são subjugados a um nível muito baixo de interesse. Crer em Deus torna-se algo supérfluo e até mesmo questionável. Veja esses artigos sobre o esvaziamento dos templos cristãos na Europa e a apatia do mundo atual ante a religião.
No entanto, existe o outro lado da questão. Há um grupo que a despeito de toda essa realidade tem decidido pelo cristianismo e o viver pela fé. Quando conhecemos a proposta de vida que o Deus Criador oferece e aceitamos o plano da salvação que tão misericordiosamente nos oferece, é-nos possível guardar a esperança e o sorriso nos lábios. Passamos a viver sob outro paradoxo: Antes escravo do amor e da graça que livres para o pecado. A graça triunfa sobre a lei e o crente experimenta o livramento do pecado.
Significa isto dizer que uma vez perdoados estamos isentos de pecar, transgredir novamente? Infelizmente não. Em certa ocasião houve contenda entre alguns dos discípulos de Cristo sobre quem seria maior no Reino de Deus. Você pode ler sobre isto em Lucas 22:24-38.
Cristo resolveu a contenda refletindo com os discípulos sobre o ser senhor e ser servo. Reprovou-os declarando que os padrões de grandeza no Reino de Deus eram diferentes dos padrões de grandeza dos reinos na terra. Afinal, Ele mesmo não estava lhes servindo? Entretanto, há uma frase de advertência de Cristo neste episódio que muito me tem feito refletir: “Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo! Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; tu, pois, quando te converteres, fortalece os teus irmãos.” (Lucas 22:31-32)
Cristo emprega o plural “Satanás vos reclamou para vos peneirar. Compreendo aqui que Satanás pediu permissão para perturbar Seus discípulos. E isto lhe foi permitido. Ele teve a permissão para testar os apóstolos assim como fez no caso de Jó (Jó 1:12 e 2:6). Na verdade, este processo de “peneiramento” já havia começado. O ambiente da discussão deles veio no momento da ceia do Senhor, quando Cristo lhes falava que um deles O estava traindo (Lucas 22: 14-23).
Esse “espírito” de contenda sobre quem seria o maior já era um efeito da ação satânica. Assim como estava sendo no caso de Judas: “Todavia, a mão do traidor está comigo à mesa. Porque o Filho do Homem, na verdade, vai segundo o que está determinado, mas ai daquele por intermédio de quem ele está sendo traído! Então, começaram a indagar entre si quem seria, dentre eles, o que estava para fazer isto. Suscitaram também entre si uma discussão sobre qual deles parecia ser o maior.”
Cisto fez uma advertência especial a Pedro: “Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo! Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça;”
Pedro deveria ficar em alerta. Sabendo Cristo que Pedro O trairia e que isto lhe provocaria grande sofrimento espiritual e emocional, confortou-lhe por antecipação. Confortou-lhe, mas advertiu-lhe de que ele O negaria três vezes como seu Mestre. Pedro não estava convencido disto e disse: “Senhor, estou pronto a ir contigo, tanto para a prisão como para a morte. Mas Jesus lhe disse: Afirmo-te, Pedro, que, hoje, três vezes negarás que me conheces, antes que o galo cante.”
E diz a Bíblia que isto aconteceu logo após Judas trair Jesus e este ser levado preso. Quantas lições podemos tirar desse episódio! Pedro, em sua angústia teve o amparo de meditar nas palavras de conforto de Cristo: “Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça;” Cristo havia orado por ele. Cristo orou especialmente por Pedro como o líder do grupo e como um dos que mais necessidades tinha de ajuda. 
Há também o que refletirmos nessas palavras do Senhor:  quando te converteres”. Cristo estava dizendo a Pedro: “você vai cair, Pedro, mas quando se levantar você estará mais forte e assim poderá fortalecer os outros. Quando tiver voltado novamente o será como vencedor.” E assim se sucedeu. Pedro, após a ressurreição de Cristo, foi restaurado pelo Senhor à liderança dos apóstolos. Leia João 21:15-17.
Peneirados! Não nos sentimos também assim quando dificuldades nos assolam e somos levados a pensar que os olhos do Senhor nos abandonaram? Quero dizer para você o que tenho dito para mim mesma nestas horas. Jesus também orou por nós, por mim e você. Leia João 17.
Sinta-se confortado. Jesus compreende suas lutas e seus momentos de fraquezas. Quando tudo parecer difícil dobre seus joelhos, clame por fé e por Sua presença ao seu lado e você poderá, mesmo em meio à dor, experimentar a paz da esperança da vitória em Cristo. Procure aproximar-se ainda mais do Senhor através da leitura de Sua Palavra e da oração. Experimente cantar os hinos que lhe vêm na mente nestes momentos, ainda que seja no silêncio de sua mente.
Dependendo do contexto, palavras traduzidas como ‘cuidados’, ‘preocupações’, ou ‘temor’ e ‘ansiedade’ podem revelar tanto atitudes certas quanto erradas na vida de um cristão. O sentimento de ‘temor’ está correto quando significa reverência para com Deus por causa de Sua santidade: “Ao SENHOR dos Exércitos, a ele santificai; seja ele o vosso temor, seja ele o vosso espanto.” (Isaías 8:13);
O cuidado é positivo quando demonstra interesse pelos outros: I Coríntios 12:25; 2 Coríntios 11:28.
Mas, […] a preocupação paralisa a fé atuante na vida de qualquer pessoa. Quando nos preocupamos, assumimos responsabilidades que nunca nos foram delegadas. Jesus ensinou repetidas vezes: “não andeis ansiosos” (Gr. Merimneo, lit “dividir a mente”), mesmo em relação às coisas básicas da vida (Mateus 6:25-34). A preocupação ou inquietação divide a mente entre coisas úteis e prejudiciais. A inquietação não muda nada (Mateus 6:27) e serve apenas para desviar o nosso olhar de Deus e de Sua fidelidade e justiça. Em vez de nos concentrarmos em Deus, passamos a nos ocupar de coisas concernentes à vida, tais como posses e bens materiais (Mateus 6:31). A preocupação é uma emoção nociva e sufocante que consome a energia e tenta elevar a força e a engenhosidade humanas acima da força e dos propósitos de Deus.
[…] Embora os filhos de Israel tivessem observado Deus abrir o mar Vermelho para libertá-los do Egito, eles não acreditaram que o Senhor providenciaria água no deserto para satisfazer suas necessidades. A preocupação é o oposto da fé, e o ato de preocupar-se sugere que Deus não é digno de confiança para cuidar da nossa vida e suprir as nossas necessidades (Filipenses 4:19). Portanto, no juízo final, ‘os covardes’ estarão ao lado dos ‘incrédulos’ (Apocalipse 21;8).
Ao ligar a preocupação com a incredulidade, as Escrituras nos dão orientação para voltarmos à fé integral. O caminho que vai da preocupação à fé começa com o reconhecimento do pecado e a confissão da falta de fé (Salmo 139:23), continua com a libertação (Salmo 34:4) e termina com a certeza de que absolutamente nada pode separar você do amor de Deus, que é o Grande Eu Sou (Romanos 8:35; Êxodo 3:14-15). Em vez de ansiedade, devemos oferecer livremente ações de graças vindas de um coração firmado na fé em Deus como Todo-suficiente (Salmo 112:7; Filipenses 4:6-7).
[…] Coloque Deus em primeiro lugar (Mateus 6:33), consulte regularmente o Pai em oração (Salmo 55:17); examine o seu próprio coração (Eclesiastes 3:1); e mantenha-se espiritualmente em forma (Isaías 30:15). Jesus Se encontrava com o Pai em oração e meditação intensa para estabelecer Suas prioridades e para Se preparar para cada dia (Lucas 5:15-16). […] Coloque as pessoas antes das coisas (2 Coríntios 8:5). Não limite seus investimentos nas pessoas que você ama, e outros que cruzam o seu caminho em dinheiro e presentes. Procure por maneiras doar você mesmo, seu tempo, e suas energias. A família deve ser mais importante do que a ocupação, já que as Escrituras claramente afirmam que não há sucesso se a família se perder (1 Timóteo 3;5; 5:8; Tito 2: 4-5). Às vezes você precisará dizer ‘não’ como até mesmo Jesus fez quando solicitações de Seu tempo, aparentemente boas, não se encaixavam no plano geral do Seu ministério (Lucas 4:42-43). O princípio básico para determinar as prioridades é sempre que valores espirituais devem se sobrepor às buscas terrenas (2 Coríntios 4:18)” (Bíblia da Mulher)
Se você é alguém que julga importante o testemunhar, o viver em conseqüência da fé, ousamos pedir a você que faça uma reflexão pessoal sobre sua atitude diante da vida e do seu conceito de felicidade e viver cristão. Permita-nos compartilhar essa boa reflexão de Mário Pinto de Andrade, escritor e político angolano:
“O valioso tempo dos maduros”
“Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Tenho muito mais passado do que futuro. Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço. Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha. Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos. Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário-geral do coral. ‘As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos’. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa…
Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade. O essencial faz a vida valer a pena. E para mim, basta o essencial!”

“Atitudes Benditas”

 (desconheço o nome do autor de tão importantes palavras)
  
Ao acordar decida ter um bom dia. Então, ao abrir os olhos e espreguiçar o corpo, agradeça a Deus pela noite de sono, pela cama, pelo teto, pela coberta, pelo travesseiro, por ter acordado para um novo dia. (Salmo 118:24)
Ao vestir-se, vista-se em primeiro lugar, de bom humor, de um sorriso agradável, de uma esperança renovada; senão, não vai adiantar escolher uma bela e elegante roupa se a face não estiver condizente. (1 Samuel 16:7)
O lavar as mãos e o rosto não é somente a primeira atitude de higiene corporal, mas de higiene espiritual. Este ato contribui para lavar os olhos que choraram de tristeza, das marcas da dor, fisionomia da derrota… Ao lavar o rosto jogue todos esses sentimentos que trazem angústia pelo ralo. (Isaías 1:16; Salmo 51:2)
Quando falar pronuncie bem as palavras que abençoe a vida de alguém; se vai repreender alguém o faça com amor e sabedoria; proclame a sua opinião apenas quando for solicitada; fale o necessário e somente e quando tiver algo de bom a acrescentar. (Tiago 4:11; Provérbios 13:3); Provérbios 20: 19)
Saber falar é sábio, mas saber calar é divino. Neste dia, cale-se para não contender, cale-se para não pecar. O Senhor Deus nos deu dois ouvidos e uma boca, com o propósito de ouvirmos mais e falarmos menos.  (Eclesiastes 3:7; Salmo 141:3)
Estar triste é normal, mas viver triste não é atitude daquele que crê em Jesus. Erga agora a sua cabeça e contemple o céu. Veja, sinta e alegre-se com esta maravilha que Deus, hoje, lhe proporcionou. Muitos não podem ter este privilégio – são cegos ou já foram. Não se esqueça, Jesus venceu o mundo para lhe dá vitória. (Filipenses 4:13)
As pessoas têm sonhos a alcançar, planos a realizar e projetos a concretizar, mas poucos estão dispostos a esforçar-se para consumá-los. Tenha bom ânimo e esforce-se em sua caminhada. (João 16:33; Provérbios 3:5-6)
Tomar uma posição na vida é buscar aquilo que lhe dá sentido. Posicione o seu caminhar n’Aquele que pode endireitar seus maus caminhos; posicione o seu sonho ou projeto em direção Àquele que pode realizá-lo; posicione a sua fé n’Aquele que lhe ama mais do que você imagina; posicione-se perante Aquele que lhe fez, para receber as bênçãos prometidas. Posicione-se aos pés de Cristo e espere n’Ele e tudo o mais Ele fará. (Gálatas 6:9-10; Filipenses 3:14)
Gosta de conversar? Pois saiba que orar é conversar com Jesus. Da mesma maneira que você conversa com alguém, fale com Ele que está com os ouvidos atentos, os olhos abertos e as mãos estendidas à oração que você fizer. Ele é o melhor Amigo, pois não Se cansa de ouvir. Ele é o Pai mais amoroso, indo além do que nos é impossível somente para nos abençoar. Ele é o companheiro mais fiel, que está do seu lado em todos os momentos; Ele é o Senhor dos Céus e da terra, que criou tudo para lhe fazer feliz. Ele é o Deus Todo-Poderoso, que tudo pode, tudo vê, tudo sabe e nunca lhe abandonará. (Filipenses 4:6)
Creia que você terá um dia abençoado, e terá. Creia que será um bom amigo neste dia, e será. Creia que irá consolar um coração aflito, e consolará. Creia que dar é melhor que receber, e receberá muito mais do que tem pedido ou imaginado. Creia que Jesus é o Filho de Deus, que Ele derramou Seu precioso sangue na cruz do calvário pelos seus pecados e você será também chamado de filho de Deus. Creia nas Escrituras Sagradas e nas Palavras pregadas por Jesus e serão salvos, você e sua casa.” (Marcos 5:36; Marcos 9:23; Marcos 11:24; Atos 10:43)
Que Deus derrame sobre você e em todas as áreas de sua vida a graça e a paz; que em seu dia a paz seja abundante. 

Ruth Alencar
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Uma resposta para Aprendendo a Viver: da angústia à paz.

  1. Anônimo diz:

    Linda reflexão. O conflito é normal na vida que se entregou a Cristo. Aliás, o conflito é prova da conversão, pois antes de Cristo não havia conflito, a natureza carnal mandava. Em Cristo, o conflito existe, mas a vitória DELE em nós, é certa.

    Pr. Benedito Muniz

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