II- Morte: Origem, Agentes e Influência

Este texto compõe a segunda parte de uma série que se fez necessária em relação aos questionamentos de um leitor que fez os seguintes comentários: 
O conceito adventista sobre a morte está, pois fundamentado no conceito bíblico. Se não, vejamos:
Por Niels – Erik Andreasen*
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B. Morte: Origem, Agentes e Influência
Depois de examinarmos a terminologia para morte e também as definições de vida e morte e a transição da vida para a morte, voltaremos nossa atenção para a origem, os agentes e a influência da morte. Como a Bíblia descreve a causa da morte, os agentes responsáveis por ela e a presença da morte no mundo?
1. A Causa da Morte
A Bíblia atribui a causa da morte ao pecado. “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.” (Romanos 5:12). Em um nível pessoal, pecado é ofensa contra Deus (Salmo 51:4; Lucas 15:21).  Ele representa o oposto de Deus (Isaías 1:2-6) e um afastamento de Seu caráter, “pois todos pecaram e carecem da glória de Deus,” (Romanos 3:23). Portanto, a causa da morte pode ser remontada a uma confrontação pessoal entre Deus e o pecador (ver Homem II A, B; Pecado III. A, B).
Segundo a Bíblia, a primeira introdução ao conceito de morte foi feita pelo próprio Deus, depois da criação: “E o SENHOR Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” (Gênesis 2: 16-17). A expressão “morrerás” (heb. moth tamuth) é enfática, significando que a morte é inevitável, depois da ofensa da desobediência.
Essa passagem de Gênesis 2 coloca Deus, o pecador e a morte em objetiva proximidade, embora não sugira nenhuma relação causal entre Deus e a morte. No entanto, ao informar a possibilidade de morte já na história da criação, a Bíblia nos faz lembrar que a morte nunca é inteiramente removida da vida. Embora a mentira do tentador é certo que não morrereis” (Gênesis 3:4) dê a entender que a vida é invencível porque ela vem de Deus, a Bíblia ensina de outra maneira, observando que a morte tem o potencial de seguir no encalço da própria vida que Deus criou. Na verdade, a morte pode ser considerada a contraparte, ou o oposto da vida. Até mesmo o tentador (a serpente), que trouxe o pecado e a morte para a humanidade a princípio, era originalmente uma das criaturas vivas feitas pelo próprio Deus (Gênesis 3:1), mas se tornou posteriormente agente da morte.
Se quisermos saber sobre a origem da morte, de acordo com a Bíblia, não devemos buscar explicação no extremo oposto do Universo, longe de onde Deus reside, conforme propõe certas religiões antigas, mas em um lugar bem próximo ao trono de Deus. Foi ali que surgiu um poder maligno para desfazer ou reverter as atividades divinas produtoras de vida. Em nenhuma parte a Bíblia reconhece a existência independente de um “deus” da morte, uma contraparte do Deus da vida, que reina no submundo, no extremo oposto do universo, como os deuses Mot (Síria), Nergal (Mesopotâmia), Osiris (Egito), Hades (Grécia). Ao contrário, encontramos em Gênesis 1-3 acontecimentos que se deram na imediata presença de Deus. 
De acordo com 1 João 3:4-8, os pecadores são transgressores da lei, indivíduos que confrontam e se opõem aos princípios e à liderança de Deus, prestando lealdade ao diabo, que vive pecando “desde o princípio”. Isso ocorreu no Céu (Apocalipse 12:7-9), em uma guerra de Miguel, o arcanjo de Deus, e os anjos leais contra as forças malignas do diabo, também chamado o grande dragão, a antiga serpente e Satanás, o sedutor. Embora, derrotado (atirado para a Terra) [v.9], o diabo surgiu com “o poder da morte” (Hebreus 2:14), um poder assegurado pelo pecado e pela morte.
Os aspectos deste quadro composto que remonta o início da impiedade, do pecado e da morte às atividades do diabo recebem esclarecimentos adicionais no AT. Lúcifer, uma das criaturas de Deus, a brilhante estrela da manha (Isaías 14:12), é tipificado pelo arrogante rei da Babilônia (v.4), que é precipitado para a morte no exato instante em que se exalta contra Deus tentando usurpar Seu trono celeste (v. 13-15). Semelhantemente, o príncipe de Tito (Ezequiel 28:2), que tipifica uma das criaturas perfeitas de Deus, é levado a descer à cova para morrer uma morte desonrosa (v. 8, 16-19) porque arroga ser divino na própria presença de Deus (v.6, 13-14). O pecado, e por conseqüente, a morte, originou-se no coração de uma das criaturas do próprio Deus, bem próxima a Ele, através de um ato de transgressão. Originou-se no orgulho e arrogância da criatura perante o Criador. Foi assim que uma criatura de Deus, chamada Lúcifer, tornou-se o diabo. 
Depois de cair da presença de Deus, o diabo operando sob títulos tais como serpente (Gênesis 3:1) e Satanás (Jó 1:6), obteve êxito em enganar nossos primeiros pais, tornando-se, pelo estabelecimento do pecado, o príncipe deste mundo. O diabo reivindicou a autoridade temporária sobre a vida e morte, mas conforme Jó corretamente compreendeu, a vida de toda criatura repousa nas mãos de Deus (Jó 1:21; 19: 13-27).
Ao situar a origem da morte bem próxima do trono de Deus, a Escritura não quer dar a entender que o pecado e a morte são de alguma forma parte da natureza divina. O monoteísmo permanece absoluto na Escritura. Nenhum outro deus, de natureza boa ou má, compete com o único Deus pelo domínio do mundo. Nem Deus possui duas naturezas conflitantes, uma boa e sendo fonte de vida, e outra demoníaca, uma fonte de morte. Nem a Escritura sugere o conceito de dualismo, onde duas forças divinas conflitantes, uma boa e outra má, lutam pelo poder e liderança do mundo. Não há margens nos cultos de adoração para práticas destinadas a repelir o pecado e a morte, apaziguando um poder maligno ameaçador.
Apesar de haver se originado na presença de Deus, o pecado e a morte não tiveram origem em Deus propriamente dito nenhum ser divino, mas em um ser criado, uma criatura de Deus que se desencaminhou. Assim, ninguém pode com razão acusar a Deus, o doador da vida, de ser o causador da morte nem de ignorar o caso do pecado introduzido por uma de Suas criaturas. Ao contrário, é com grande custo para Si mesmo que o Senhor assume responsabilidade plena e pessoal diante do pecado.
Em parte alguma é a luta entre a vida e a morte, que se trava neste mundo, mais intensa do que a verificada na própria presença de Deus.  Apocalipse 12:7-9 relata que houve no Céu uma guerra real a respeito dessa questão, na qual foram derrotados o diabo e uma legião de outros seres malignos, que foram expulsos da presença de Deus e aprisionados até o juízo (2 Pedro 2:4). Portanto, a guerra para vencer o pecado e a morte, liderada pelo próprio Deus, não O deixou incólume, mas O envolveu profundamente, provocando no fim das contas a morte de Seu amado Filho (Romanos 5: 6-11).
Como resultado, a expulsão do diabo e de seus anjos da presença de Deus (Lucas 10:18; 2 Pedro 2:4; Judas 6; Apocalipse 12:9) torna-se uma promessa da expulsão final do pecado e da morte de toda a criação de Deus (Apocalipse 12:7- 20:15).  Em suma, o fato de a morte ter se originado próximo ao trono de Deus não significa que Ele seja responsável por alguma coisa, mas que assume a responsabilidade por tudo. Além disso, a Bíblia não nos informa nada mais sobre a origem “mistério da impiedade” (2 Tessalonicenses 2:7) ou sobre a origem da morte (ver Grande Conflito I.B; II.A-E).
2. Os Agentes da Morte
À luz do ensino bíblico a respeito de sua origem, a morte jamais pode ser considerada uma conseqüência natural e inevitável da criação de Deus ou um segmento normal da vida. A Escritura a apresenta como uma interrupção da vida, uma intrusão antinatural, um inimigo que invade território estrangeiro. Quando, por meio da transgressão, o pecado reclamou domínio sobre o mundo e sobre toda a família humana, a morte começou a exercer seu poder sobre os seres vivos.
Para explicar mais vividamente como a morte exerce esse poder no mundo, a Escritura apresenta em detalhes as instrumentalidades da morte.  Logo que o pecado e a morte foram introduzidos entre os seres humanos, a guerra entre o bem e o mal que havia começado no Céu transferiu-se para a Terra. “porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes” (Efésios 6:12). As potestades demoníacas, das quais a principal é o diabo, exercem o poder da morte, mantendo como reféns todas as pessoas do presente mundo (Hebreus 2:14-15). Somente o poder do Senhor pode derrotá-las (Efésios 6:10-11), e somente a armadura de Deus pode nos proteger contra “os dardos inflamados do inimigo” (v.16)
A Escritura utiliza termos específicos para retratar os agentes que exercem o poder da morte sobre a Terra:
a.     Satanás.
O termo bíblico mais familiar para o agente da morte é “Satanás” (Jó 1:6-12; 2:1-7; 1 Coríntios 21:1; Zacarias 3:1; Mateus 16:23; Marcos 1:13; Atos 26:18; Apocalipse 20:2). Ao descrever esse adversário sobrenatural pela primeira vez, o AT emprega a palavra hassatan, “o satanás”, com um artigo, indicando que a palavra funciona como um título, que significa “acusador”, “caluniador”, “tentador”. Em 1 Coríntios 21:1 e nas referências neotestamentárias, o termo ocorre nome próprio, Satanás, com o mesmo significado do termo diabolos, “diabo” (Mateus 4:1; Marcos 1:13); a antiga serpente (ophis) e o grande dragão (Apocalipse 12:9); enganador das nações (20:2-3).
No AT, esse agente da morte  tinha acesso aos seres celestiais  (Jó 1:6; Zacarias 3:1), ao passo que, de acordo com o NT, ele perdeu esse privilégio (Lucas 10:18-19; (Apocalipse 12:9). Aqui Satanás é o inimigo caído de Deus, empenhado em destruir a igreja (Apocalipse 12:9-10,13-14), enquanto aguarda sua própria destruição (20:2; cf. v. 9-10).
b.     O diabo (diabolos)
Esse termo, que ocorre com freqüência no NT, é um sinônimo para Satanás. O diabo tenta, desencaminha, mata, trai, leva ao pecado, ataca, julga e ordena a morte (Mateus 4:1-11; 13:39; Jo 8:44; 13:2; Efésios 6:11; 1 Timóteo 3:6; Hebreus 2:14; 1 Pedro 5:8; 1 João 3:8; Apocalipse 2:10; 12:9; 20:2, 10). Beliar (ou Belial), que significa “indignidade” (2 Coríntios 6:15, ARC), é um nome alternativo para o diabo, sendo também aplicado ao anticristo.
c.     Os demônios
Eles são chamados de espíritos imundos ou malignos (Mateus 17:18; Marcos 1:23; 5;2; Lucas 4:41) e anjos maus (Apocalipse 12:7-8). São agentes de destruição e morte, representados muitas vezes como agentes secundários associados com Satanás e por ele liderados. A divindade filisteia Belzebu e sua forma alterada Belzebul, que significa literalmente “senhor das moscas” / “senhor da imundícia”, são variantes para o príncipe dos demônios, portanto, o próprio diabo (Mateus 12:24; Marcos 3:22; Lucas 11:15).
d. A serpente
Embora prometesse acrescentar vida, a serpente tornou-se na verdade um agente da morte (Gênesis 3:1; Apocalipse 20:2), sendo considerada a mais “sagaz” ou “astuta” (heb. ‘arum’) de todas as criaturas que Deus tinha feito. A serpente assume esse papel de maneira tão pérfida que se criou uma permanente associação entre Satanás e a serpente como ser que introduziu pela primeira vez o pecado e a morte no mundo (Apocalipse 12:9; Gênesis 3:13-14). É por isso, que a serpente também foi castigada, sendo o seu castigo mais severo do que o de qualquer outra criatura: foi amaldiçoada a rastejar sobre seu ventre e a comer pó (Gênesis 3:14), símbolo de derrota e humilhação.
e. Leviatã e Raabe
Considerados deuses malevolentes pelos povos antigos, Leviatã e Raabe aparecem no AT (Isaías 27:1; 51:9) como símbolos de inimigos de Deus, que Lhe obstruem as obras e ameaçam Seu povo. Ambos são equiparados simbolicamente com o mar ( serpente do mar, monstro marinho ou coisa parecida) para mostrar que a atividade deles representam uma ameaça para a vida. O contexto das referências a esses poderes revela que o momento em que eles serão destruídos e derrotados por Deus vai coincidir com a redenção de Seu povo no derradeiro conflito entre o bem e o mal (27:1; 51: 9-11).
f. Pestilência (deber) e praga (resheph)
Embora na literatura ugarítica a praga (rshp) apareça como uma divindade malevolente, no AT não passa de mais um item na lista de calamidades mortíferas (Deuteronômio 32:24; Salmo 78:48-50). Acontece o mesmo com deber, que não transmite nenhuma conotação de sacralidade, mas apenas ilustra os aspectos letais do castigo divino. É assim que pestilência aparece na lista, que inclui armadilhas, ciladas, tempestades, setas, víboras, najas, cobras e serpentes (Salmo 91: 3-13). O termo é usado com referência às pragas no Egito (Êxodo 9:3; cf. 5:3). Em Habacuque 3:5, esses dois agentes acompanham o juízo de Deus sobre Seus inimigos.
O quadro que se forma apresenta um exército de forças malignas, físicas e espirituais, que confrontam o mundo e seus habitantes com destruição e morte prematura. A Bíblia não apresenta a morte como o fim natural da vida, senão como uma constante ameaça à vida, inevitável, mas jamais tolerada, aceita ou admitida. Ela representa o inimigo de Deus e da vida, contra quem a Bíblia adverte: “Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar; ” (1 Pedro 5:8)
3. A Universalidade da Morte
À semelhança do pecado, a morte se originou próximo à presença de Deus, entrando neste mundo pela experiência da tentação, do engano e da destruição. Logo toda a vida ficou infectada por ela. “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.” (Romanos 5:12) É por isso que, cada pessoa que nasce na família humana, experimente o poder do pecado sobre a vida e o terrível poder da morte operando no mundo.
O relato bíblico da queda (Gênesis 3: 4: 6) descreve vividamente o processo de disseminação do pecado e da morte no mundo. Começa com dois indivíduos: um homem e uma mulher. A primeira esperiência humana da queda é expressa na pergunta de Deus seguida de Seu juízo. A pergunta “Onde estás?” (3:9) é pessoal e tem que ver com indivíduos que se escondem de Deus. O juízo “certamente morrerás” (2:17) é igualmente pessoal – uma sentença de morte individual, da qual não se pode fugir, pronunciada sobre uma pessoa culpada que está perante Deus. Mas o pecado e a morte não podem mais ser contidos dentro do indivíduo, já que a própria natureza humana está desfigurada pelo pecado, tendo ficado “decaída” ou defeituosa.
Gênesis 4 descreve a vida diária da primeira família humana e mostra como o pecado e a morte logo estendeu seus tentáculos horizontais quando um irmão matou o outro. O pecado e a mote revelam agora uma dimensão social, indicada pela segunda pergunta feita por Deus seguida por Seu segundo juízo. A pergunta “Onde está Abel, teu irmão?” (v.12) diz respeito à sociedade, que foi desintegrada no nível mais fundamental: a família imediata.
Gênesis 4:23 registra o cântico arrogante composto por Lameque diante de suas duas esposas, afirmando haver matado um rapaz por uma ofensa insignificante. A vida se tornou sem valor, e a morte prevaleceu. O pecado e a morte alcançaram toda a raça humana (Gênesis 6:1-8). Muito tempo depois, o profeta explicou a universalidade da morte nos seguintes termos: “Toda a carne é erva, e toda a sua glória, como a flor da erva; seca-se a erva, e caem as flores, soprando nelas o hálito do SENHOR. Na verdade, o povo é erva;” (Isaías 40:6-7)
Não satisfeitas em se espalhar horizontalmente, as conseqüências do pecado também se estenderam verticalmente, em altura e profundidade, e com elas a morte. A vida de uma pessoa desde o berço até a sepultura está infectada com o pecado e sujeita à maldição da morte (Salmo 51: 3-5). A sociedade como um todo sofre o pecado e a morte de forma tão aguda (Isaías 1:6) que desolação e morte ameaçam pessoas, terras e instituições (v.7-9; ver Pecado IV. A-K).
Ao indagarmos sobre a causa da morte, somos encaminhados para a primeira rebelião de uma criatura contra Deus, o mistério original da impiedade (2 Tessalonicenses  2:7), antes da experiência humana com ela. Mas a nossa indagação a cerca da causa do pecado também nos dirige à primeira experiência humana da tentação e queda, bem como ao impacto que ele causou na família humana e em nosso mundo. A resposta à primeira dessas perguntas é filosófica e histórica. A morte tem uma fonte que pode ser localizada no tempo, antes da criação; e no espaço, próximo à presença de Deus (Isaías 14:12-14).
A resposta para a segunda pergunta nos faz lembrar que a morte tem uma fonte dentro da experiência humana, também na queda diante do pecado, seguida por nossa contínua rebelião contra Deus (1:2-6). Sendo assim, devemos atribuir a causa da morte ao antigo adversário de Deus, quando preferiu as trevas à luz, embora admitamos que a raça humana também se tornou inimiga de Deus. A Bíblia descreve essa experiência como uma decaída da graça e a expulsão da presença vivificante de Deus, representada pela árvore da vida (Gênesis 3:22-24).
Visto que os primeiros seres humanos foram criados sem pecado, perfeitos, à imagem de Deus e conforme à Sua semelhança (1: 26-27), segue-se que cair em pecado causou grave dano a essa imagem divina.  Essa imagem divina corrompida é partilhada por todos os seres humanos como conseqüência de haverem nascidos neste mundo, de modo que todos pecaram e estão sujeitos à morte (Romanos 5:12). Contudo, como um espelho quebrado é ainda capaz de refletir uma imagem imperfeita, mas ainda reconhecível, assim seres humanos decaídos ainda podem do Deus Criador, refletir a imagem imperfeitamente mas ainda reconhecível. A Escritura afirma esse difícil conceito ainda no relato da queda (Gênesis 3) quando inclui dentro da narrativa a primeira promessa de redenção (v.15) – a restauração da imagem divina em Sua criatura. Nesse meio tempo, o mundo se tornou palco de uma guerra espiritual, uma luta entre a vida e a morte pela contínua existência da raça humana (v. 14-19). A queda no pecado, a desfiguração da imagem divina, alienou toda a raça humana de Deus, trazendo sobre todos condenação e morte (Efésios 4:18; Romanos 5:12). Mas, em virtude do dom da graça de Deus oferecida livremente a todos quantos crêem em Jesus Cristo, essa imagem quebrada é restaurada, permitindo o acesso à vida eterna (Romanos 5:15-21; ver Salvação I-IV; Grande Conflito II. E)
Continuaremos…
__________
*Professor de Antigo Testamento e presidente da Andrews University)
Fonte: Capítulo 9 do Tratado Teológico Adventista
O Tratado Teológico Adventista é parte da Série Logos, que será completada com a publicação de sete volumes do Comentário Bíblico Adventista, mais o Dicionário Bíblico. Essa coleção trata-se da primeira exposição sistemática de toda a Bíblia produzida pela Igreja Adventista, com base nas línguas originais. Ela também incorpora pesquisas arqueológicas que oferecem o contexto histórico para a interpretação do texto sagrado.”  http://www.portaladventista.org/portal/asn—portugu/5050-tratado-teologico-adventista-e-lancado-em-lingua-portuguesa
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4 respostas para II- Morte: Origem, Agentes e Influência

  1. Anônimo diz:

    Infelizmente, a maioria dos cristãos acredita que quando o homem morre,“algo” se desprende do corpo e vai para um lugar e nesse lugar, ele continua consciente. Ora, a Bíblia diz que “TODOS OS QUE ESTÃO NOS SEPULCROS OUVIRÃO A SUA VOZ”.

    O sepulcro é o lugar para onde vão TODOS os que deixam de existir nesse mundo, sejam bons ou maus, mas aqui está o cerne do poder:“DEUS TRAZ A EXISTÊNCIA,O QUE NÃO MAIS EXISTE!"

    Cristo fez uma distinção da MORTE, na visão do homem e na Sua visão:

    Ele não considerou morto, aquele que creu em sua palavra; mas que estava apenas Dormindo:
    “…Lázaro, DORME, mas vou despertá-lo do sono… Jesus dizia isto da sua MORTE; eles, porém, pensavam que falava do repouso do sono…então Jesus disse-lhes claramente: Lázaro está MORTO…”

    Os sábios entenderão:

    “…QUEM OUVE a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a VIDA ETERNA e não entrará em condenação, mas passou da MORTE para a VIDA…em verdade vos digo que vem a hora e agora é, em que OS MORTOS ouvirão a voz do Filho de Deus…não vos maravilheis disto; porque vem a hora em que TODOS OS QUE ESTÃO NOS SEPULCROS ouvirão a sua voz e os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da VIDA e os que fizeram o mal para a ressurreição da CONDENAÇÃO. João 5

    Quando diz que os mortos ouvirão, não significa que estão conscientes, mas que "DEUS TRAZ A EXISTÊNCIA,O QUE NÃO MAIS EXISTE…

    Pode o homem estar consciente na sepultura?

    Anônimo

  2. Olá Anônimo,

    vc disse: "Infelizmente, a maioria dos cristãos acredita que quando o homem morre,“algo” se desprende do corpo e vai para um lugar e nesse lugar, ele continua consciente. Ora, a Bíblia diz que “TODOS OS QUE ESTÃO NOS SEPULCROS OUVIRÃO A SUA VOZ”."

    Então… não sei como conseguem conciliar a crença na imortalidade da alma e o fato de que na volta de Cristo haverá ressurreição. Sendo que a Bíblia diz: "Bem- aventurados os que fazem parte da primeira ressurreição".

    Bem- aventurados por que? Quem são mesmo os que farão parte dessa ressurreição?

    Talvez, por isso, alguns teologos que guardam a crença da imortalidade da alma, tentando resolver esse paradoxo tenham agora levantado a bandeira de que "JESUS NÃO VAI MAIS VOLTAR COISA NENHUMA".

    Pasmem… mas, renegando o Credo dos Apóstolos "Ele há de vir para julgar os vivos e os mortos"),tem gente "grande" no meio cristão levantando essa tese.

    Afirmam "que as promessas bíblicas de um segundo advento de Cristo apenas servem para despertar uma "esperança" nos cristãos, mas que isso não é pra valer não. . ."

    Tudo isto só faz aumentar a minha fé nas Palavras das Sagradas Escrituras, afinal estas palavras não são apenas palavras, mas verdadeiro cumprimento das profecias.

  3. Anônimo diz:

    O anonimo que disse que tanto faz os maus e os bons ficarao aqui mesmo no sepulcro. Eu gostaria que me respondesse, para onde foram o Elias e o Enoc? Obrigado.

  4. Anônimo 2

    Concordo com a opinião do Anônimo 1.

    "Infelizmente, a maioria dos cristãos acredita que quando o homem morre,“algo” se desprende do corpo e vai para um lugar e nesse lugar, ele continua consciente."

    No caso de Enoque e Elias, eles não passaram pela morte. Ascenderam aos Céus, chamados por Deus, ainda em vida.

    Enoque: Gênesis 5: 24

    "E andou Enoque com Deus; e não apareceu mais, porquanto Deus para Si o tomou."

    Elias: 2 Reis 2: 11

    "E sucedeu que, indo eles andando e falando, eis que um carro com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao Céu num redemoinho."

    Talvez no seu argumento coubesse o caso de Moisés. Esse sim passou pela morte e encontra-se no céu.

    Porém, Moisés foi agraciado com uma ressurreição especial. A Bíblia diz que houve até disputa pelo seu corpo entre Satanás e Deus:

    Deuter. 34: 5-6 : "Assim morreu ali Moisés, servo do SENHOR, na terra de Moabe, conforme a palavra do SENHOR.

    6 E o sepultou num vale, na terra de Moabe, em frente de Bete-Peor; e ninguém soube até hoje o lugar da sua sepultura."

    Judas 1:9 : "Mas o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo, e disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar juízo de maldição contra ele; mas disse: O Senhor te repreenda."

    Teologicamente, Enoque e Elias representam os salvos que estarão vivos por ocasião da volta de Cristo. Os que não conhecerão a morte. E Moisés representa os salvos que passarão pela morte e ressucitarão. E quando será essa ressurreição? Na primeira.

    Quem são esses? São os salvos que morrerão e ressuscitarão por ocasião da volta de Cristo:

    Apocalipse 20: 4-6 : "E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos.

    5 Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição.

    6 Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos."

    1 Tessalonincenses 4:13- 18 :

    "Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança.

    14 Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com ele.

    15 Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem.

    16 Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.

    17 Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.

    18 Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras."

    Estes versos são claríssimos: a ressurreição dos salvos mortos ocorrerá por ocasião da volta de Cristo. Se eles ressuscitarão neste momento (por ocasião da volta de Cristo) significa que não estão ressurretos no Céu agora, não acha?

    grande abraço.

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