I- No Princípio Deus

(parte 1)
Por Harold Coffin*

A mente humana não é capaz de compreender o infinito. Quando pequeno, deitava-me na poltrona estofada da sala de visitas e punha-me a meditar profundamente sobre os conceitos de infinitude do tempo e do espaço. Depois de ter-me envolvido com considerável turbulência na discussão desses mesmos assuntos, pareço agora acordar de um pesadelo pronto para escrever algo a seu respeito. Os anos trouxeram-me maturidade, mas não estou mais perto de ser capaz de resolver esses problemas – o que faço pela fé, apesar de a astronomia e a matemática hoje tornarem mais compreensíveis alguns aspectos do tempo e do espaço – do que estava antes.

“Tudo que é humano tem um princípio. Somente Aquele que se assenta sobre o trono, o soberano Senhor do tempo, não tem princípio nem fim. As palavras introdutórias das Escrituras estabelecem assim um impressionante contraste entre tudo que é humano, temporal e finito, e aquilo que é divino, eterno e infinito. Gênesis 1:1 afirma que Deus existe antes de todo o mais, e que Ele é único, e a única causa de todo o mais” (1).
O homem sempre demonstrou curiosidade sobre a origem da matéria e da vida. Os que não tiveram oportunidade de conhecer a Palavra de Deus, ou que rejeitam a sua inspiração, têm formulado várias teorias. Não é nosso propósito discutí-las, mas sim examinar cuidadosamente os primeiros poucos versículos das Escrituras.
Entendemos aqui a matéria como sendo a substância básica que constitui a estrutura dos materiais minerais e orgânicos que compõem a Terra. A descoberta da fissão nuclear, em anos recentes, focalizou as atenções sobre a energia e a matéria. O homem, até hoje, conseguiu realizar somente pequenos progressos no sentido de transformar energia em matéria. Entretanto, mais espetacular tem sido a sua capacidade de transformar em energia a massa associada à matéria, mediante a fusão e a fissão nucleares. As bombas atômicas lançadas sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki ceifaram mais de 200.000 vidas. Embora uma só pessoa pudesse facilmente ter transportado o material que produziu as explosões sobre o Japão, a quantidade de energia liberada por esse material foi tremendamente grande.
Obviamente seria necessário pelo menos igual quantidade de energia para criar a matéria que se transformou em energia naquelas explosões. Na realidade, seria necessária mais de 1000 vezes a quantidade de energia liberada, para produzir a matéria envolvida na fissão do Urânio, já que a fissão nuclear constitui tão somente uma reorganização da matéria que libera aproximadamente 0,09% da energia que estaria disponível se a matéria fosse completamente aniquilada. Se a criação de uma quantidade de matéria tão ínfima demanda tanta energia, quanta energia estaria envolvida na criação do mundo? Ela seria equivalente à energia liberada pelo nosso Sol no decorrer de 44 milhões de anos.
“Pois Ele falou, e tudo se fez; Ele ordenou, e tudo passou a existir” (Salmo 33:9).
O que aconteceu no primeiro dia da semana da criação? Criou Deus, então, a matéria, juntamente com a luz, ou a matéria já existia? Ambos os pontos de vista reconhecem que Deus criou a substância que compõe nossa Terra, e que, ao fazê-lo, Ele não dependia de matéria pre-existente, de forma alguma. Da mesma maneira, ambos aceitam a integridade da semana da criação, consistindo de seis dias literais, e a santidade do sábado como o seu memorial. A única diferença entre os dois pontos de vista é se a matéria estava ou não presente no início do primeiro dia da semana. Esta divergência de opinião surge do fato de que as passagens bíblicas que tratam do assunto podem, com igual validade, ser compreendidas das duas maneiras.
A raiz do problema situa-se no significado da declaração introdutória das Escrituras Sagradas: “No princípio, criou Deus os céus e a terra. A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo” (Gênesis 1:1-2). Refere-se isso a um ato divino e à condição de nosso planeta anteriores ao primeiro dia da semana da criação? Ou a passagem especifica somente a primeira atividade criativa do primeiro dia da semana da criação? A frase “no princípio” significa os primeiros momentos da semana da criação, a própria semana da criação, ou um tempo anterior à semana da criação? A palavra criou envolve a produção de materiais que não tinham existência prévia, ou o seu rearranjo para formar uma habitação para o homem e para as miríades de formas de vida sobre o planeta? Céus significam o universo estrelado, ou o céu atmosférico sobre a superfície do planeta? E terra refere-se a nosso planeta como um todo, ou às características de sua superfície e dos seres vivos sobre ela?
Uma outra questão surge quanto a como deveríamos traduzir o original hebraico de Gênesis 1:1-3 – como na versão Almeida transcrita anteriormente, ou como rezam algumas outras traduções, como por exemplo a “Anchor Bible”: “Quando Deus se pôs a criar céu e terra – o mundo sendo então um êrmo sem forma, com trevas sobre os mares e somente um impressionante vento soprando sobre a água – disse Deus: ‘Haja luz’. E houve luz” (2). Ambas as traduções são interpretações válidas do texto hebraico original, a diferença entre elas sendo o resultado da introdução de diferentes vogais nas consoantes do hebraico original. (A forma escrita do hebraico – semelhante à de outras línguas antigas escritas – utilizava somente consoantes). Na realidade, não temos maneiras de saber hoje qual das duas traduções se aproxima mais do significado que Moisés pretendia dar. Poderíamos dizer que a tradução de Almeida tende a favorecer a idéia de que Deus criou a substância básica de nosso planeta no primeiro dia da semana da criação, e a “Anchor Bible” a idéia de que Ele procedeu dessa forma antes do primeiro dia. Entretanto, nenhuma das traduções necessariamente exclui o outro ponto de vista, e a escolha final entre as duas depende do sentido em que entendemos as palavras princípio, criou, céus, e terra(3).
A pergunta então é: O que quis o escritor inspirado nos transmitir? Na linguagem moderna, terra (4) denota nosso planeta como um todo, incluindo toda a matéria de que ele se compõe. Por outro lado, as Escrituras nos dizem que “à porção seca chamou Deus terra”, em contraposição ao “ajuntamento das águas”, que Ele chamou “mares” (Gênesis 1:10). Além do mais, Moisés nos informa que o dilúvio destruiu “a terra” (Gênesis 9:11), e outros autores inspirados declaram que no futuro Deus “criará novos céus e nova terra” (Isaias 6:17, cf. II S. Pedro 3:13, Apocalipse 21:1). Claramente os autores bíblicos parecem referir-se à “terra” como a terra seca sobre a qual andavam, e não todo o planeta propriamente dito.
Na Bíblia a palavra céu(s) denota de maneira variada a atmosfera, as estrelas visíveis a partir da Terra, e o paraíso de Deus. Mas em cada caso em que ocorre a dupla “céu(s) e terra” em um contexto em que o escritor torna claro o sentido no qual está usando os termos, ele significa os céus atmosféricos e a superfície da Terra, e não o universo astronômico e o nosso planeta Terra. Exemplos dignos de nota são Hebreus 1:10-11 e II S. Pedro 3:7 e 10, que declaram que os céus e a terra serão “abrasados” e “perecerão”. Tanto quanto saibamos, poucas pessoas, se é que existem algumas, admitiriam que a grande conflagração do último dia destruirá o planeta Terra e as estrelas.
Gênesis 1 emprega a palavra criar para os atos divinos pelos quais Deus produziu as criaturas marinhas (verso 21) (5) e o homem (verso 27). É evidente, entretanto, que no momento de sua criação Deus fez uso de matéria já existente (versos 20 e 21, e capítulo 2, verso 7). Na realidade, o mesmo é válido para todas as formas de vida vegetal e animal mencionadas no relato da criação, como a própria Bíblia claramente afirma. Obviamente, a palavra criou, como o próprio escritor inspirado a utiliza posteriormente nos dois capítulos iniciais de Gênesis, pode referir-se à organização de matéria pre-existente para produzir seres vivos, e não necessariamente só à origem da própria matéria.
É possível interpretar Gênesis 1:1 da seguinte maneira: “No princípio (do primeiro dia da semana da criação) Deus criou (trouxe à existência) o céu (o universo estelar) e a Terra (planeta)”. É também igualmente válido ler: “No princípio (semana da criação) Deus criou (deu forma a) o céu (atmosfera) e a (superfície da) terra”. A primeira versão falaria da criação do globo terrestre no primeiro dia da semana da criação, e a segunda referir-se-ia à série dos atos divinos registrados no restante do capítulo, sem nada dizer sobre o instante em que Deus trouxe à existência a substância básica da terra.
Examinemos, nesta altura, a declaração de Êxodo 20:11, de que “em seis dias fez o Senhor os céus e a terra … e tudo o que neles há”. Para a mente moderna à primeira vista isso pode parecer incluir o material inorgânico básico que compõe nosso planeta, bem como todos os seres vivos. Porém, novamente, como com relação a Gênesis 1:1-2, aplicam-se também aqui nossas observações anteriores a respeito das palavras céu(s) e terra. Em seu sentido original essa passagem de Êxodo poderia dizer: “Em seis dias fez o Senhor os céus (o firmamento, ou atmosfera, Gênesis 1:8) e a terra (a porção de terra seca da superfície terrestre, verso 10), o mar (ou a porção de água sobre a superfície terrestre, verso 10), e tudo o que neles há (todos os seres vivos nos céus, na terra e no mar)”. Da mesma forma como sua contra-parte em Gênesis 1, esta afirmação pode referir-se à organização da configuração da superfície da terra, incluindo a atmosfera e a hidrosfera, que estavam até então “sem forma”, e o preenchimento daquilo que estava “vazio” de vida, com seres vivos. Da mesma forma que Gênesis 1, Êxodo 20:11 deixa sem resposta a questão sobre quando Deus criou a substância básica da qual deu forma à configuração da superfície terrestre. A Bíblia não declara de maneira específica se isso aconteceu no primeiro ato criativo do primeiro dia da semana da criação, ou se aconteceu anteriormente.
Podemos, ainda, ler o primeiro versículo da Bíblia de outra forma. Um estilo comum na língua hebraica inicia a discussão de um assunto com uma declaração introdutória e termina com um sumário. Neste caso a introdução seria o versículo 1, e o sumário a primeira metade do versículo 4 do capítulo 2. O segundo versículo do primeiro capítulo descreveria então o que existia antes de Deus iniciar a Sua obra criadora, e o versículo 3 iniciaria a narração da semana da criação.
Poderíamos mencionar numerosos argumentos a favor de cada um dos dois lados da questão. Por exemplo, uma pessoa pode dizer que não é provável que Deus deixasse inacabada a obra da criação durante milhões de anos, enquanto que outra poderia apontar para Marte, cuja superfície ainda está aparentemente “sem forma e vazia”. Com relação a questões tais como a época em que Deus criou a substância básica de nossa Terra, nossa única posição segura é aceitar a Palavra de Deus naquilo que ela diz, nada mais e nada menos, e deixar a Bíblia ser a sua própria intérprete. Sobre pontos para os quais a Inspiração não proveu direção segura, é melhor suspender nosso juízo, e construir solidamente somente sobre o que Deus tenha revelado claramente. Deveríamos também ser tolerantes para com pontos de vista distintos a respeito de assuntos tais.
Sinto que muita tensão tenha se desenvolvido nos círculos criacionistas com relação à interpretação desses versículos. Evidentemente, mais de um ponto de vista é possível sem torcer as Escrituras. As considerações importantes não são sobre a presença ou a ausência de matéria no princípio da semana da criação, mas sim sobre a onipotência de Deus como Criador, Sua capacidade criativa (com ou sem matéria pre-existente), a literalidade da semana da criação, e o memorial comemorativo do sábado.
A existência de matéria inorgânica anteriormente à semana da criação pode permanecer uma questão em aberto, mas não deve existir dúvida com relação aos animais e plantas (matéria orgânica). A idéia de que seres vivos existiam na Terra antes da semana da criação é inteiramente incompatível com interpretação literal de Gênesis 1.
Alguns têm tentado conciliar a teoria da evolução com o relato bíblico da criação, atribuindo a cada dia da criação um longo período de tempo. Qualquer ponto de vista que aceite centenas de milhares ou milhões de anos para a existência da vida sobre a Terra levaria com toda a probabilidade, finalmente, ao conceito de que um dia significa uma era, ou seja um longo período de tempo. Não deixa de ser simples conjectura defender a integridade da semana da criação em face dos eons de tempo, mediante a afirmação de que a semana da criação teve a ver somente com o jardim do Éden, ou que a vida existia antes da semana da criação, mas que foi destruída antes desse evento. É perigoso construir teorias sobre o que pensamos ler nas entrelinhas dos versículos bíblicos. Os que defendem longas eras para a vida sobre a Terra devem explicar a seqüência dos fósseis na crosta terrestre – animais marinhos nos níveis mais baixos, plantas de terras baixas e répteis em seguida, e mamíferos, aves, e o ser humano em último lugar – ou como uma sucessão evolutiva, ou como uma série de atos criativos sucessivos de Deus, separados entre si por muito tempo. Os que aceitam a última possibilidade freqüentemente a equacionam logicamente com a seqüência da criação relatada no primeiro capítulo de Gênesis. Mas isso os traz de volta à idéia de que a narração bíblica refere-se aos dias da criação como prolongados períodos de tempo indefinidos. Parece ser praticamente impossível crer simultaneamente em grandes eras desde o início da semana da criação e nos dias literais da criação.
Podemos afirmar com certeza as verdades sobre a criação que Deus revelou claramente – que “Ele falou, e logo tudo se fez”, e que Ele modelou nossa Terra e a preencheu com seres vivos em uma semana literal.
[…]
Dias Literais
“[…]  Se cada dia da semana da criação não fosse um período de 24 horas, não teríamos como explicar de onde proveio o ciclo dos dias da semana. Independentemente do dia que observássemos – sexta-feira, sábado ou domingo – teríamos dificuldade para explicar a origem de qualquer dia de repouso, sem a sua vinculação ao ciclo semanal estabelecido na semana da criação.
Nas Escrituras, a palavra hebraica yom, traduzida “dia”, quase sempre significa um período literal de 24 horas, quando precedido por um numeral. Obviamente, no relato da criação existe sempre um numeral precedendo aquela palavra – primeiro, segundo, terceiro, etc., e essa regra para a tradução de yom como um dia literal aplica-se neste caso. Com base na correta exegese bíblica podemos, portanto, interpretar os dias da criação como dias literais.
Os escritores dos demais livros da Bíblia, após Moisés, certamente encaravam a primeira parte de Gênesis como divinamente inspirada e autorizada, e compreendiam ser literal a semana da criação. Davi refere-se repetidamente a Deus como Criador, e indica a natureza instantânea de Sua obra criadora (Salmo 33:6-9). O Salmo 104 segue a ordem dos dias da criação – observe-se especialmente os versos 2 e 3 (primeiro e segundo dias), 19 (quarto dia), e 25-30 (quinto e sexto dias). No Novo Testamento todos os evangelistas incluem referências à criação, ao dilúvio, e à história dos primórdios da terra. As próprias palavras de Jesus indicam a Sua aceitação da historicidade de Gênesis (Mateus 11:23-24; 19:4; 24:37-39; Marcos 10:6; 13:19; Lucas 11:51; 17:26-27).
Se Jesus tivesse afirmado positivamente no Novo Testamento que a criação teve lugar em seis dias literais, a maioria das pessoas ficaria impressionada com esse fato. Não obstante, Deus, na majestade de Sua glória, afirmou o fato, do alto do Monte Sinai, sendo ouvido por milhares de pessoas, e tendo registrado Sua declaração em tábuas de pedra e também nas Escrituras Sagradas. “Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há” (Êxodo 20:11).
Como poderia Moisés, o autor de Gênesis, ter tornado mais claro que os dias da criação foram literais? Ele deu um número seqüencial para cada dia, falou a respeito de noite e dia, trevas e luz, encerrando o relato sobre cada dia com a expressão “tarde e manhã”. Qualquer pessoa que deseje crer em longos períodos de tempo para cada dia da criação deverá compreender que Moisés não estava tentando dar esse sentido ao seu relato.
Constituiriam os dois primeiros capítulos de Gênesis relatos distintos da criação feitos por diferentes autores não contemporâneos, como às vezes se alega? À primeira vista os dois capítulos podem parecer bastante distintos. Entretanto, têm eles em comum unidade temática, semelhança de forma e de características, e significativos usos dos nomes para a divindade (1). Traçar em linhas gerais a temática principal e em seguida voltar a preencher os detalhes, ainda hoje constitui um estilo literário comum. O relato básico encerra-se com a primeira metade do quarto verso do capítulo 2. A parte que diz respeito especificamente ao ser humano inicia-se com a segunda metade de Gênesis 2:4 e continua até o fim do capítulo 2.
Continuaremos

Parte 2
_______

*Harold Coffin Ph.D., foi professor de Paleontologia da Andrews University, em Berrien Springs, Michigan, U.S.A., e pesquisador do Geoscience Research Institute, em Loma Linda, California, U.S.A. Este artigo corresponde ao Capítulo 1 de seu livro intitulado “Origin by Design”, publicado em 1983 pela Review and Herald Publishing Association.

Artigo publicado nas Folhas Criacionistas números 52 e 53

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6 respostas para I- No Princípio Deus

  1. Gostei muito deste texto…

  2. Anônimo diz:

    prefiro a teoria da lacuna.Genêsis 1:1 fala da criação original. o versículo 2 se refere ao grande caos que a terra original sofreu com expulsão de Lúcifer e seus anjos,Ezequiel 28:12-16.Isaias 45:18 diz que a terra foi criada perfeita.Os seis dias da "criação"foram na verdade de recriação, e podem ter durado milhões de anos, pois a BÍBLIA NÃO eNTRA EM conflito com a ciência autêntica que expressa essa realidade de uma terra reconstruída.Supostamente, os dinossauros, viveram nesta época pré-adâmica e foram destruídos com o maior cataclismo que já exitiu, muito maior do quê o dos dias de Noé.Mas uma observação Adão foi o primeiro homem a existir.Abraços!!!

  3. Anônimo diz:

    Anônimo disse…

    "prefiro a teoria da lacuna.Genêsis 1:1 fala da criação original. o versículo 2 se refere ao grande caos que a terra original sofreu com expulsão de Lúcifer e seus anjos,Ezequiel 28:12-16.Isaias 45:18 diz que a terra foi criada perfeita. Os seis dias da "criação"foram na verdade de recriação, e podem ter durado milhões de anos, pois a BÍBLIA NÃO eNTRA EM conflito com a ciência autêntica que expressa essa realidade de uma terra reconstruída. Supostamente, os dinossauros, viveram nesta época pré-adâmica e foram destruídos com o maior cataclismo que já exitiu, muito maior do quê o dos dias de Noé.Mas uma observação Adão foi o primeiro homem a existir.Abraços!!!"

    Comentário:

    Devido às últimas descobertas arqueológicas e o crescente interesse pela ciência, nas últimas décadas, vem ganhando força nos círculos teológicos, a chamada Teoria da Lacuna. De acordo com os defensores dessa teoria, a terra teria sido criada perfeita para ser habitada, mas devido ao juízo de Deus, o mundo veio a se tornar caótico e desabitado. Sugerem que os 1-2, se referem a dois atos criativos separados por um período de tempo e sustentam que a criação inicial caiu em uma condição de desolação por causa da queda de Satanás! Então, dizem eles, isso explica o fato de haver desordem e caos em Gn. 1.2.

    Ora…Moisés não cogitou em explicar a origem da terra, mas em afirmar que ela fora criada por Deus quando a matéria era ainda um caos; que o Deus Criador, por sua Palavra deu forma ao informe e encheu o vazio, ordenando todas as coisas em seu lugar e estabelecendo leis perpétuas.

    Se houve um caos primário, então Deus não amou a primeira criação porque apenas para a criação secundária Cristo morreu e isso é contraditório: a Bíblia registra que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito…” (João 3:16).

    Cristo teria que morrer tantas vezes fosse recriada a terra…

    A paz!
    Anônimo 2.

  4. Olá Anônimo,

    vc diz: “os seis dias da "criação"foram na verdade de recriação, e podem ter durado milhões de anos, pois a BÍBLIA NÃO eNTRA EM conflito com a ciência autêntica que expressa essa realidade de uma terra reconstruída.”

    Como o próprio autor do texto, Harold Coffin, diz: “Alguns têm tentado conciliar a teoria da evolução com o relato bíblico da criação, atribuindo a cada dia da criação um longo período de tempo. Qualquer ponto de vista que aceite centenas de milhares ou milhões de anos para a existência da vida sobre a Terra levaria com toda a probabilidade, finalmente, ao conceito de que um dia significa uma era, ou seja um longo período de tempo. Não deixa de ser simples conjectura defender a integridade da semana da criação em face dos eons de tempo, mediante a afirmação de que a semana da criação teve a ver somente com o jardim do Éden, ou que a vida existia antes da semana da criação, mas que foi destruída antes desse evento. É perigoso construir teorias sobre o que pensamos ler nas entrelinhas dos versículos bíblicos. Os que defendem longas eras para a vida sobre a Terra devem explicar a seqüência dos fósseis na crosta terrestre – animais marinhos nos níveis mais baixos, plantas de terras baixas e répteis em seguida, e mamíferos, aves, e o ser humano em último lugar – ou como uma sucessão evolutiva, ou como uma série de atos criativos sucessivos de Deus, separados entre si por muito tempo. Os que aceitam a última possibilidade freqüentemente a equacionam logicamente com a seqüência da criação relatada no primeiro capítulo de Gênesis. Mas isso os traz de volta à idéia de que a narração bíblica refere-se aos dias da criação como prolongados períodos de tempo indefinidos. Parece ser praticamente impossível crer simultaneamente em grandes eras desde o início da semana da criação e nos dias literais da criação.”

    Respeito demais seu ponto de vista, mas não encontro uma coerência lógica entre a “Teoria da Lacuna” e o princípio que encerra a mensagem do sábado como memorial da criação tendo como base uma semana literal. Gênesis apresenta duas declarações: (1) "No princípio criou Deus os céus e a terra" e (2) "Acabou Deus em nos sétimo dia a obra que fez". Isto é largamente anunciado pela Bíblia. Isto é harmonia da mensagem anunciada.

  5. Outro ponto a destacar: Deus não está preso à linha do tempo. Ele mesmo definiu de Si mesmo que Ele é o princípio e o fim. Não devemos esquecer a essência do que está implícito nessas palavras da Bíblia: "No princípio, criou Deus os céus e a terra.” Este versículo é o fundamento de todo pensar correto quanto ao mundo material. Aqui ressalta a impressionante verdade de que, "ao formar o mundo, Deus não se valeu de uma matéria que Lhe preexistam"

    Com relação a esta sua afirmação: “a BÍBLIA NÃO eNTRA EM conflito com a ciência autêntica que expressa essa realidade de uma terra reconstruída.”

    O que seria essa “ciência autêntica”? Pelo que compreendo a chamada “teoria da lacuna” não assenta em bases firmes e é desmentida pela própria Geologia. Como ciência onde ficaria situada a Geologia?

    E.F.KEVAN (M.Th., Reitor do London Bible College) faz um comentário interessante. Ele diz: “Como considerar a descrição em causa? Ciência, fábula ou revelação? Se por Ciência, entendermos a disposição sistemática dum saber, diremos, então, que a descrição nada tem de “científico”. E, ainda bem, pois se fosse utilizada a linguagem científica do século XX como a entenderiam os leitores dos séculos precedentes? E mesmo os atuais necessitariam duma adequada preparação científica. Nesse caso ainda, não seria de prever que passados cem ou duzentos anos fosse já considerada antiquada aquela linguagem? A narração do Gênesis não foi, portanto, redigida em moldes científicos, talvez para melhor mostrar a sua inspiração divina. […] Trata-se, sim, duma narração dos acontecimentos que não seriam compreendidos, se fossem descritos com a precisão formal da ciência.[…] É espiritual e religioso o objetivo as narração do cap. 1 do Gênesis.”

    Concordo plenamente com o pensamento que diz que "'desolada e vazia', (tóhu wabóhu) implica um estado de desolação e vacuidade, mas sem implicar que a terra uma vez foi perfeita e depois ficou arruinada ou desolada."

    Compartilho o argumento do Anônimo 2.

  6. Brígida Oliveira diz:

    “Pois Ele falou, e tudo se fez; Ele ordenou, e tudo passou a existir” (Salmo 33:9).

    Penso que esse verso bíblico sintetiza tudo.

    "Tudo passou a existir"

    Diferente de "Tudo VOLTOU a existir".

    Fico com a versão bíblica pois penso que, ou creio no todo, ou creio em nada.

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