Quando o Amor é a Essência: conversando sobre Lucas 15

Jesus era um grande contador de histórias. Ele amava ensinar através de parábolas. Tem duas que amo muito. Elas fazem parte das três parábolas da Graça: a ovelha perdida, a dragma perdida e o filho pródigo. Elas têm uma conexão entre si e são somente encontradas no Evangelho de Lucas. Essas parábolas foram respostas de Jesus aos comentários dos fariseus e dos escribas porque Ele Se associava com publicanos e pecadores:  

. A Ovelha Perdida: Lucas 15: 3-7

. A Dracma Perdida: Lucas 15: 8-10  

. O Filho Pródigo: Lucas 15: 11-32  

As parábolas da Ovelha Perdida e da Dracma Perdida estabelecem o amor de Deus que sai à procura e salientam o aspecto da graça demonstrada na obra do Filho e também do Espírito Santo.” (E.F.Kevan, M.TH., Reitor do London Bible College. Gênesis, Nota sobre as aparições do Senhor Ressurreto).

Na parábola do Filho pródigo aprendemos sobre o amor perdoador de Deus e Sua maravilhosa graça. Ela está dividida em duas partes: “A primeira (…) revela a atitude do coração de Deus com relação ao mundo dos pecadores. A segunda narra a cerca do irmão mais velho, salienta o espírito dos fariseus e escribas em suas lamúrias contra Jesus e revela a atitude de Deus para com eles. (E.F.Kevan, M.TH., Reitor do London Bible College. Gênesis, Nota sobre as aparições do Senhor Ressurreto).

Interessante ressaltar que segundo a lei judaica o filho mais velho, na herança, recebia uma porção dupla. Isto evoca que o filho mais velho (no caso os fariseus e escribas) estava tomado pelo sentimento do não querer compartilhar, do egoísmo, da ganância. E, portanto, ele já era herdeiro e não deixaria de ser por conta do retorno do irmão mais novo.

O amor motivou o esforço da busca e o maravilhoso perdão. Gosto de pensar no Senhor como um Deus que não desiste dos Seus filhos. Um Deus que vai além do comum, que nos deixa livres e quando, em nome dessa liberdade fazemos tolices, não nos rejeita, ao contrário, além do Seu perdão nos conforta e sara nossas feridas. Feridas estas que muitas vezes provocamos seja por ignorância, seja por rebeldia, seja por orgulho e vaidade. O ser humano que se considera autossuficiente sofre muito nesta vida, geralmente essa arrogância rouba-lhe a benção do conforto espiritual. Tenho aprendido que a humildade produz a paz. Ter a certeza da presença do Senhor ao meu lado, seja qual for a circunstância tem me proporcionado tranquilidade, coragem e paz.

Amamos porque Ele nos amou primeiro:  

“E nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele. (…) No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor. Nós amamos porque ele nos amou primeiro. (…)” (1 João 4: 16-21)

Jesus foi vitorioso e Sua vitória é a nossa. 

Não tenha medo das circunstâncias. Encare as dificuldades com a seriedade, mas, sobretudo com serenidade, descanse nas promessas de um Deus pessoal que disse que estaria conosco até a consumação dos séculos. E Ele está. Através da Sua Palavra nos ensina, nos instrui, nos educa.

Ruth Alencar  

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8 respostas para Quando o Amor é a Essência: conversando sobre Lucas 15

  1. Teremos sempre a opção de paz no Senhor. Nossa vida não precisa ser somente um fardo a carregar. Ele disse que estaria conosco e que poderia carregar os nossos fardos. Ele disse que poderíamos ter uma vida em abundância.

    Que em sua vida você a tenha em seu sentido pleno.

  2. Marcos Sancho diz:

    Amiga Ruth. Obrigado por sua rica resposta. Gostei. Mas, minha dúvida, devido a tradução e pontuação do texto, seria: Foram os servos que lhe colocaram a melhor roupa e seu pai colocou o anel e as sandálias?

  3. 1-Versão João F. Almeida Revista e Atualizada:

    "O pai, porém, disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés;"

    2-Versão Nova Tradução na Linguagem de Hoje:

    "Mas o pai ordenou aos empregados: "Depressa! Tragam a melhor roupa e vistam nele. Ponham um anel no dedo dele e sandálias nos seus pés."

    3- Versão Nova Versão Internacional:

    "Mas o pai disse aos seus servos: “Depressa! Tragam a melhor roupa e vistam nele. Coloquem um anel em seu dedo e calçados em seus pés."

    4-Versão João F. Almeida Atualizada

    "Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, e vesti-lha, e ponde-lhe um anel no dedo e alparcas nos pés;"

    5- Versão Reina Valera (1909)

    "Mas el padre dijo á sus siervos: Sacad el principal vestido, y vestidle; y poned un anillo en su mano, y zapatos en sus pies."

    6-Versão King James

    "But the father said to his servants, Bring forth the best robe, and put it on him; and put a ring on his hand, and shoes on his feet:"

    7-Versão Louis Segond (1910)

    "Mais le père dit à ses serviteurs: Apportez vite la plus belle robe, et l'en revêtez; mettez-lui un anneau au doigt, et des souliers aux pieds."

  4. Marcos, sinceramente, não vejo nenhum problema de pontuação. A não ser que o original nos traga alguma novidade, mas como não sei grego fica apenas aqui o registro da Versão Hebreu (c/vogais)/Grego Transliterado:

    "eipen de o patêr pros tous doulous autou a=tachu exenegkate tsb=tên stolên tên prôtên kai endusate auton kai dote daktulion eis tên cheira autou kai upodêmata eis tous podas"

    Se alguém que sabe grego ou hebraico quiser nos explicar se no original há algo em relação à sua pergunta será bem vindo.

    Agora, complementando nossa reflexão, veja o que diz o comentário adventista:

    "Tirem.

    A evidência textual estabelece a inclusão da palavra "rapidamente". "Tragam às pressas o melhor vestido".

    "'Vestido' = Grego 'stol', objeto masculino, exterior e ampla que chegava até os pés. As pessoas que ocupavam posições hierárquicas costumavam usá-los. Do primeiro momento o pai o recebeu como filho e não como servo. O pai já havia tcoberto o jovem com seu próprio manto para que não se vissem seus farrapos. Ele queria evitar a vergonha de que os servos da casa o vissem vestido desse modo.

    Não é provável que os servos tivessem acompanhado a seu senhor quando saiu correndo a receber a seu filho, e que portanto a ordem de tirar o melhor vestido fora dada quando pai e filho se aproximavam da casa."

    Vc pergunta: "Foram os servos que lhe colocaram a melhor roupa e seu pai colocou o anel e as sandálias?"

    Podemos compreender que na verdade ao dar o próprio manto o pai foi quem vestiu o filho.

    O comentário diz ainda:

    "Um anel.

    Uma evidência mais de que o pai ainda o considerava como seu filho. É
    provável que este fora um anel de selar; se o
    era, o fato de ficar o indicaria ainda mais claramente que tinha sido recebido
    novamente como membro da família. Não há dúvida de que o jovem fazia muito
    que tinha vendido ou empenhado o anel que antes usava.

    Calçado.

    Quer dizer "sandálias". Os servos usualmente andavam descalços. O calçado é outro sinal de que o pai recebia ao pródigo arrependido como filho e não como servo. O melhor vestido, o anel e o calçado não eram coisas necessárias, a não ser objetos especiais de seu favor. O
    pai não só supriu as necessidades de seu filho, mas também o honrou, e ao fazê-lo demonstrou o amor e o gozo que enchiam seu coração.

    Com esta parábola Jesus justificou a bem-vinda que dava aos pecadores que se reuniam ao redor dele e repreendeu aos escribas e aos fariseus
    pela atitude severa que tinham assumido contra Ele por havê-los recebido."

    Marcos, eu fico com a essência da mensagem. O que é mais importante a reter é o princípio da justiça imputada pelo pai. O amor perdoador e reconciliador. A importância de não sermos arrogantes diante dos que ainda não buscaram a Deus. Todos representamos em algum momento o papel do filho pródigo e o do filho mais velho.

    um A obra da salvação é um ato de Deus. Nós entramos com os nossos pecados, arrependimento e aceitação dessa aceitação de Deus. Mas, é Deus que nos perdoa (justifica), santifica e salva. Então, eu entendo que é Deus quem coloca o anel e a sandália. Os servos testemunham e participam com o mesmo sentimento do Pai. Reconhecem a aceitação e compartilham.

  5. 2 de junho de 2011 14:21
    Marcos,

    “O pai, porém, disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés;” (Lucas 15:22)

    Se vc ler este texto “Quando o amor é a essência verá que nele ressalto que a essência do ensinamento de Jesus com essa parábola é o amor motivado pela graça e misericórdia de um Deus que tem os braços longos o suficiente para alcançar Seus filhos errantes não importa onde tenha que ir buscá-los. Um Deus misericordioso, amoroso e perdoador. Um Deus que gosta de fazer alianças e que está sempre disposto a recomeçar. Mas, não é qualquer recomeço. É começar do zero! Por isso, o coração escarlate do pecador pode tornar-se branco como a neve. Ele dá essa garantia.

    Gosto de pensar no Senhor como um Deus que não desiste dos Seus filhos. Um Deus que vai além do comum, que nos deixa livres e quando, em nome dessa liberdade fazemos tolices, não nos rejeita, ao contrário, além do Seu perdão nos conforta e sara nossas feridas. Nos limpa, nos calça, nos veste com Sua justiça.

    Quando estamos despidos ou maltrapilhos o que nos falta? Vestes e em condições melhores do que as que portamos. Quando estamos descalços é lógico que nos é necessário são sandálias para nos proteger os pés. E o anel? Por que um anel?

    Essa parábola revela a atitude do coração de Deus com relação ao mundo dos pecadores. Deus conhece as nossas necessidades essenciais e as supre em sua plenitude. É Ele quem nos supre com o perdão, com a justiça, com a liberdade e com a redenção.

    Vc pergunta: "Amiga Ruth. Lendo Lucas 15,22 me surgiu uma dúvida, talvez de pontuação. Quem, de fato, colocou a roupa, o anel e as sandálias no filho pródigo?"

    Bem, se levarmos em conta que estamos analisando uma parábola e uma parábola se caracteriza por uma razão moral e como esta foi contada por Jesus, com certeza há uma lição de teor espiritual também.

  6. 2 de junho de 2011 14:34
    Note que na lição é dito que “O pai, também, ordenou aos empregados que trouxessem “a melhor roupa” e a colocassem sobre o filho. A palavra grega traduzida como “melhor”, nesse texto, vem de ‘protos’, que significa muitas vezes “primeiro” ou “principal”. O pai estava lhe dando o melhor que tinha para oferecer.”

    Quem era o público alvo desta parábola? Ao contar narrativa Jesus queria ensinar algo a um público que Ele identifica tb na narrativa como o irmão mais velho.

    O público alvo seria, então, os publicanos, pecadores e fariseus/escribas. Os publicanos eram os odiados; os pecadores eram os imorais; e os fariseus/escribas eram os críticos.

    Wendel Lima comentando a lição diz: “Talvez tão trágica quanto a rebeldia inicial do filho mais novo, foi a reação final do filho mais velho.

    Quando ele voltou do trabalho e viu que a festa era para o irmão que havia desperdiçado tudo, ficou indignado (v. 28). Nem sequer entrou em casa. A alegria do filho mais velho não foi a mesma do pai. Ele nem considerou mais o pródigo como seu irmão: “este teu filho” (v. 30). O amor do pai para com o filho que desperdiçou tudo no vício e com as prostitutas foi um insulto para ele. Sua linha de raciocínio parece justa: ele havia renunciado o prazer, trabalhara duro e nunca fora reconhecido. O pai nunca tinha matado um bezerro para comer com ele e seus amigos. Numa frase-chave, porém, o filho mais velho denunciou sua motivação: “todos esses anos tenho trabalhado como um escravo ao teu serviço e nunca desobedeci às tuas ordens” (v. 29, NVI).

    O filho mais velho não havia entendido o que era ser filho. Ele se havia comportado como um jornaleiro, um servo. O pai carinhosamente explicou que ele, assim como o pródigo, não precisava comprar seu direito de filho; ele já era filho: “tudo o que tenho é seu” (v. 31). A justiça própria leva o homem a distorcer o caráter de Deus e a criticar o próximo. O mais velho se sentia digno. Pensava que ele, sim, merecia a herança, em lugar do mais novo. Que tragédia! Os dois filhos estavam perdidos!

    Jesus queria que seu público terminasse o enredo. Cada um de Seus ouvintes precisava se identificar com um dos irmãos e escolher seu destino. Fica fácil perceber o que Cristo quis insinuar: o filho mais novo representava os publicanos (odiados) e os pecadores (imorais); já o filho mais velho simbolizava os fariseus/escribas daquela e de todas as épocas."

  7. Compreendo, Marcos, que é Deus (o pai) quem provê essas necessidades, isto é, quem coloca a roupa, o anel e as sandálias é Deus. O fato de evocar a participação dos servos é o reforçar que Jesus quer dar da importância da participação do compartilhar dos servos com a Sua alegria. Os fariseus e escribas, público alvo da parábola estavam tomados pelo sentimento do não querer compartilhar, do egoísmo, da arrogância e da ganância.

    Na lição lemos: “Se vermos “a melhor roupa” como o manto da justiça de Cristo, então tudo que era necessário foi provido naquele momento e naquele local. O filho pródigo se arrependeu, confessou, e se converteu de seus caminhos. O pai supriu o restante. Se isso não é um símbolo da salvação, o que seria?”

    A lição diz tb que “o anel é colocado no dedo, como símbolo de sua realeza.” Eu acrescentaria tb o aspecto da nova aliança entre Pai e filho.”

    E as sandálias? Lembra da ordem do Senhor para Moisés tirar as sandálias? Agora é ressaltado o colocar das sandálias. “O que isso mostra, entre outras coisas, é que a restauração, pelo menos entre o pai e o filho, naquele momento foi completa”. Ele estava completamente perdoado, digno de”estar calçado”.

    Há comentaristas que dizem que sandália e anel são símbolos de liberdade.
    Wendel Lima diz: “A reação do pai é espetacular, um ícone da postura de Deus em relação ao pecador. Diz a Bíblia que o pai enxergou o filho de longe. O tempo poderia ter passado, as roupas estavam gastas e o rosto sujo, mas esse pai não se havia esquecido do jeito de andar nem da fisionomia de seu filho. Antes que o rapaz terminasse de se explicar, o pai o abraçou. O que havia de melhor no pai se encontrou com o que havia de pior no filho: perfume x fedor; limpeza x sujeira; riqueza x sujeira; e dignidade x humilhação. O pai trocou as roupas do filho, deu-lhe um anel e sapatos, símbolos de que era um homem livre, não um escravo. Ele fez questão de não expor o filho, cobriu sua imundície, seu passado. As novas roupas deram ao filho um novo status; ele estava novamente identificado com o pai. A alegria do pai foi contagiante. Ele organizou uma festa. Mandou matar um novilho cevado, animal reservado para uma ocasião especial. O filho que estava morto reviveu!

    Por essa compreensão espiritual do significado da parábola concluo que quem, de fato, colocou a roupa, o anel e as sandálias no filho pródigo foi o Pai. Tem sido assim conosco!

  8. Lembrando que, como disse anteriormente:

    Compreendo que é Deus (o pai) quem provê essas necessidades, isto é, é Deus quem coloca a roupa, o anel e as sandálias. O fato de evocar a participação dos servos é o reforçar que Jesus quer dar a importância da participação do compartilhar dos servos com a Sua alegria. Os fariseus e escribas, público alvo da parábola estavam tomados pelo sentimento do não querer compartilhar, do egoísmo, da arrogância e da ganância.

    A lição diz tb que “o anel é colocado no dedo, como símbolo de sua realeza.” Eu acrescentaria tb o aspecto da nova aliança entre Pai e filho. E na nova aliança o Espírito Santo sela, pela Palavra do Pai e intercessão do Filho.

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