Este texto é a continuação de “Como Conversar com Deus – O Pai Nosso”. Veja o texto de introdução.
“Venha o teu reino”, é o segundo item da oração que Jesus ensinou. A palavra “reino” é um pouco estranha aos nossos ouvidos ocidentais.
“Democracia” é um termo que entendemos melhor. Nós exigimos o direito de nos governarmos a nós mesmos. Kippling, o famoso poeta inglês, refere-se a nós como um povo onde cada homem “coroa rei a seus tristes irmãos”.
Hoje em dia, nós nos rebelamos contra a ideia de um governo ditatorial e totalitário. E até existe quem vá ao ponto de destronar a Deus, em sua defesa do livre arbítrio.
Temos que nos lembrar, porém, de que em certo sentido o reino de Deus já veio. Suas leis regem o universo com absoluta autoridade. O cientista conhece as leis de Deus. Ele as enxerga perfeitamente dentro da engrenagem precisa do cosmos. Os médicos sabem que há leis que dizem respeito ao equilíbrio do organismo. Quem as obedece tem boa saúde. A desobediência a elas resulta em morte. Os psiquiatras reconhecem que o pensamento do homem tem que se ajustar a um padrão certo. Nós estamos ligados uns aos outros pela fraternidade universal que também é uma lei de Deus.
Deus já estabeleceu seu reino sobre a terra. Isto significa a supremacia de suas leis e de seu domínio. Seu reino está aqui agora. Quer queiramos ou não, ele domina sobre nós. Como disse o profeta do passado: “A alma que pecar, essa morrerá.” (Ez 18:4)
Nós temos um palácio do governo. Sabemos quem é o governador do Estado, e conhecemos alguns membros do legislativo. Sabemos como as leis humanas são criadas. Entretanto, toda e qualquer lei feita por governos humanos pode ser vetada ou sofrer emendas, já que o futuro trará outros governantes, outros legislativos.
Com as leis de Deus isso não ocorre. Eu poderia rebelar-me contra a lei da gravidade, por exemplo, e saltar da janela do último andar de um grande edifício. A única coisa que conseguiria era me autodestruir.
Minha atitude não modificaria a lei. Por isso, se quero descer, tomo o elevador. Não seria isto, porém, uma prova da supremacia da engenhosidade mecânica do homem, sobre a lei de Deus? Não. Se o cabo de um elevador rebentar, ele cai também. Isso já aconteceu mais de uma vez.
O próprio fato de os construtores usarem cabos de aço e fazerem inspeções regulares de seus carros é um atestado da validade dessa lei de Deus, e de sua subordinação a ela.
O mundo é o reino de Deus e se acha sob seu domínio soberano, e sob seu poder, sendo totalmente controlado por leis divinas. Entretanto, pela sua desobediência, o homem está indo em direção à autodestruição. Será que algum dia vamos recobrar o juízo? Será que daremos suficiente reconhecimento à lei de Deus para nos submetermos a ela e a obedecermos?
Há muitos que respondem negativamente. São homens tão depravados, tão corrompidos pelo egoísmo e estão tão cegos pelo orgulho, que não enxergam o caminho certo, e mesmo que pudessem obedecê-las não quereriam.
Por isso, estamos constantemente ouvindo falar da destruição do mundo, e do inferno como castigo inevitável e eterno. Estamos ouvindo o clamor dos pretensos profetas que não vêem esperanças para o mundo, mas apenas o terror do julgamento de um Deus irado. Jesus entretanto orou assim:“Venha o teu reino”! Naturalmente, ele acreditava na concretização de tal fato, e não apenas na possibilidade de ele se tornar realidade.
Houve um dia em que Jesus cerrou definitivamente as portas de sua carpintaria. Precisava começar a tratar dos negócios de seu Pai — trazer o reino de Deus à terra. O texto de seu primeiro sermão foi: “Arrependei-vos porque esta próximo o reino dos céus” (Mt. 4:17).
Era isto que ele pregava o tempo todo. Ele nunca deixou de crer nisso e mesmo depois da ressurreição ele ainda falou aos discípulos acerca do reino de Deus. (At. 1:3)
Quando dissermos: “Venha o teu reino”, será bom enfatizarmos a palavra venha. Parece mais fácil dizer: “Que se espalhe o teu reino”. Pois não é difícil orar pela conversão do povo e dar ofertas para missões. O difícil é encarar honestamente os próprios pecados, arrepender-se e mudar de vida.
É mais fácil fazer cruzadas pela paz mundial do que perdoar alguém que nos tenha prejudicado de algum modo, ou a quem nós prejudicamos. Davi Livingstone levou aos selvagens a Palavra de Deus, mas antes, ele dedicou a si mesmo ao Senhor. No último dia de sua vida, ele escreveu em seu diário: “Meu Jesus, meu rei, minha vida, meu tudo, novamente dedico a ti toda a minha vida”
Há um verso das Escrituras que me perturba muito. Eu tenho gozado do abençoado privilégio de pregar a muitas pessoas. Agora mesmo, encontro-me na Columbia, capital do Estado da Carolina do Sul, fazendo conferências numa das maiores igrejas do estado. Todas as noites, o salão tem ficado repleto, e muitos dos que chegam atrasados tem que voltar para casa. Há porém uma coisa que é mais difícil que pregar. O apóstolo Paulo falou disso: “Mas esmurro o meu corpo, e o reduzo a escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo ser desqualificado” (1 Co. 9:27). Se o maior pregador cristão de todos os tempos corria o risco de se tornar “desqualificado”, quanto mais nós!
“Venha o teu reino”. Este pedido demonstra que olhei para dentro do meu coração e desejo a ação do poder purificador de Deus em minha vida.
Significa também que eu me inclino humildemente diante dele em fé e obediência.
Ouvi certa vez uma história de um homem que possuía um cão muito fiel. Este senhor mandou o cão vigiar sua marmita e por causa de sua obediência cega, pereceu em um incêndio na floresta. Com lágrimas correndo pelo rosto, o velho explicou: “Sempre tive que ser muito cauteloso com as ordens que lhe dava, porque ele obedecia a tudo”. É isto que esta oração quer dizer.
Jesus contou a seguinte parábola: “O reino dos céus é também semelhante a um homem que negocia e procura boas pérolas; e tendo achado uma pérola de grande valor, vendeu tudo o que possuía, e a comprou” (Mt. 13:45-46). As pérolas que aquele homem vendeu eram resultado do labor de uma vida inteira. Representavam tudo o que ele possuía. Contudo, encontrou uma pérola que valia por todas as outras. Portanto, quando dizemos “Venha o teu reino”, isto significa que estamos dispostos a desistir de tudo o que possuímos para termos a Deus. Ele quer tudo ou nada.
É mais fácil para nós falarmos acerca dos pecados do mundo, da corrupção política, dos males da bebida, da literatura e dos filmes pornográficos, dos “inferninhos” da cidade, ou dos incrédulos da China. Mas antes de podermos orar pelos lugares onde não há o reino de Deus, temos que tê-lo em nós mesmos.
Jonathan Edwards, um dos mais poderosos pregadores da América, sabia disto. Ele afirmou certa vez: “Quando vou pregar, tenho dois objetivos em mente. Primeiro, cada ouvinte deve entregar o coração a Jesus.
Segundo, independentemente das decisões dos outros, eu entregarei minha vida a ele.”
O apóstolo disse: “Longe de vós toda a amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda a malicia. Antes sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus em Cristo vos perdoou”. (Ef. 4:31-32)
É isto que a vinda do reino de Deus significa para nós. Depois que ele vem, nós poderemos divulgá-lo com grande poder. Os pecadores nunca serão defensores do reino da justiça. É como diz aquele cântico “negro-espiritual:
“It aint my brother, it aint my sister, its me, o Lord, standing in the need of prayer.” (Não é meu irmão, nem minha irmã, mas sou eu, Senhor, que estou precisando de oração).
“Venha o teu reino”. Depois que esta oração for respondida, então não teremos mais dúvidas de que o poder do reino de Deus cobre a terra.” (Charles Allen)
Sejam bem vindos!
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Boa leitura a todos!
Quão agradável é para Deus quando vamos a Ele em oração. Tente escutar Deus chamando você por seu nome.
Creia NEle como um Deus pessoal, pois é assim que Ele é. Ele sabe tudo sobre você. Seu nome, onde você mora… cada acontecimento ocorrido em sua vida, cada lágrima, cada sorriso… você não precisa representar diante DEle.
Esteja alegre, triste, revoltado, decepcionado, frustrado, não importa vá a Ele em oração. Ele Se interessa por você, por seus sentimentos.