Qual é princípio básico da lei de Deus? Deixemos que a própria Bíblia dê a resposta. Leiamos Romanos 13:8-10: “A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros; pois quem ama o próximo tem cumprido a lei. Pois isto: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e, se há qualquer outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. O amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor.”
É, portanto, uma Lei que se resume em amor. A Bíblia diz em Mateus 22:37-40: “Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.”
Podemos obter a salvação observando a lei?
A Bíblia diz em Romanos 3:20 “Visto que ninguém será justificado diante dele; por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado.”
E em Romanos 3:27-31: “Onde, pois, a jactância? Foi de todo excluída. Por que lei? Das obras? Não; pelo contrário, pela lei da fé. Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei. É, porventura, Deus somente dos judeus? Não o é também dos gentios? Sim, também dos gentios, visto que Deus é um só, o qual justificará, por fé, o circunciso e, mediante a fé, o incircunciso. Anulamos, pois, a lei pela fé? Não, de maneira nenhuma! Antes, confirmamos a lei.”
No primeiro livro da Bíblia, no livro de Gênesis, aprendemos como Deus através dos descendentes de Adão, estabeleceu Seu relacionamento com a humanidade. No capítulo 19 do segundo livro, o livro de Êxodo, encontramos a narrativa do encontro de Moisés com Deus, no Monte de Sinai e como o povo hebreu, passou a ser o depositário da vontade divina.
Já haviam se passado quase três meses após a saída do Egito e os hebreus peregrinavam pelo deserto. Seguindo as ordenanças divinas, montaram acampamento defronte do Monte. “E todo o Monte de Sinai fumegava, porque o Senhor descera sobre ele em fogo.” (Êxodo 19:18)
Por que Deus determinou assim? Por que um encontro num deserto? Ora, os hebreus haviam sido escravos no Egito durante 430 anos. (“O tempo que os filhos de Israel habitaram no Egito foi de quatrocentos e trinta anos” (Êxodo 12:40)). Toda a mentalidade deles era de escravos e viviam dentro do conceito das leis egípcias. Durante esse tempo muitos se envolveram com o sistema de culto pagão dos egípcios. Muitos haviam aprendido a prestar culto às imagens e aos mortos, assim como a adorar o governante humano (o Faraó era considerado como um deus).
Deus não estava inventando nada novo, eles estavam precisando reaprender a adorá-LO em espírito e em verdade. Precisavam ser lembrados do quão abominável era para Deus a idolatria e a prática de culto aos mortos. Um sistema de culto muito difundido entre os povos e nações daquela época.
Todo o processo de formação do povo hebreu como nação tem que ser compreendido dentro desse contexto. O povo hebreu era composto por 12 tribos e foi distribuído pelo acampamento no deserto conforme cada tribo. Ao todo, eles eram “cerca de seiscentos mil a pé, somente de homens, sem contar os meninos. E subiu também com eles muita mistura de gente, e ovelhas, e bois, uma grande quantidade de gado” (Êxodo 12:37-38). Com a saída do Egito assumiram, em sua peregrinação pelo deserto, as características de um povo nômade. Os hebreus habitavam em tendas, por isso, Deus orientou ao líder Moisés com leis de saúde. Afinal, bastaria uma doença para dizimá-los. Muitas dessas leis sanitárias ainda hoje são aplicadas.
“Foi outrora proporcionado aos Hebreus um conhecimento incomum em matéria de medicina, por meio de seu profeta Moisés. Rudolph Virchow, conhecido como ‘pai da patologia moderna’, disse: ‘Moisés foi o maior higienista que o mundo já viu’. Dependendo de conhecimento revelado e destituído de equipamento científico, Moisés ensinou, em seus pontos essenciais, quase todos os princípios de higiene praticados hoje. Entre eles encontramos a prevenção de doenças, desinfecção pelo fogo e pela água, controle epidêmico mediante denúncia e isolamento dos portadores de doenças contagiosas, seguida de completa desinfecção de todos os objetos possivelmente contaminados. O asseio pessoal era imposto, e obrigatório o sistema de esgoto, de maneira que o arraial dos judeus era asseado como o são as cidades modernas. Conquanto se provesse exercício físico, impunham-se freqüentes períodos de descanso e relax para evitar o excesso de trabalho”. – Dr. Owen S. Parrett, Diseases of Food Animals, p. 7 (Southern Publishing Assn., Nashville, Tenn., 1939).”
“O estudo meticuloso dos escritos de Moisés revela conceitos médicos e princípios sanitários muito avançados em relação aos que prevaleciam em seus dias. Quanto à função do sistema circulatório: “A vida da carne”, escreveu ele, “está no sangue”. Lev. 17:11. O médico britânico Dr. Wm. Harvey (1578-1657), conseguiu pela primeira vez rastrear o sistema circulatório no organismo humano: O sangue é o veículo da vida. Essa descoberta é considerada um marco notável na ciência médica, entretanto o mesmo princípio já se achava incorporado no texto acima dos escritos de Moisés, há mais de 3.000 anos.”
“O eminente cientista francês Louis Pasteur (1822-1895), o “pai da bacteriologia”, foi o primeiro a descobrir alguns segredos da vida microbiana. Essa descoberta revolucionou a moderna terapêutica médica; e baseados neste importante aperfeiçoamento, os princípios do isolamento foram adotados e aplicados, sendo que Moisés já havia dedicado dois capítulos inteiros, Levíticos. 13 e 14, orientando sobre os princípios que deveriam ser tomados em caso de enfermidades (como a lepra – que era o flagelo do Oriente).”
“Qualquer homem… que comer algum sangue, contra ele Me voltarei e o eliminarei do seu povo. Porque a vida da carne está no sangue. Eu vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas: porquanto é o sangue que fará expiação em virtude da vida”. Lev. 17:10, 11
“O sangue constantemente transporta impurezas que se acumulam no tecido muscular dos animais, e visto como as enfermidades no reino animal estão aumentando em proporção relativamente alarmante, o sangue acha-se carregado de germes de muitas espécies. (…) Demais, como é no sangue que circulam os germes ou esporos de doenças contagiosas, a carne deve ser limpa de sangue. Isto é, efetivamente, praticado pela Shechitah, a maneira judaica de abater animais para consumo. Esse método de drenagem do sangue, apenas produz no animal instantânea insensibilidade. E essa drenagem do sangue é completada pelo ‘kasherut’, o tratamento tradicional do animal abatido segundo o sistema “kosher”, quando preparado para alimento. As estatísticas têm demonstrado que os judeus, como classe, são imunes a certas doenças, ou menos suscetíveis; e autoridades competentes não têm hesitado em atribuir essas características sadias à influência das leis dietéticas”.– P. 961 (Bloch publishing Co., Nova Iorque, 1948) ”
“Fala aos filhos de Israel, dizendo: Nenhuma gordura de boi, nem de carneiro, nem de cabra comereis; Porém pode-se usar da gordura de corpo morto, e da gordura do dilacerado por feras, para toda a obra, mas de nenhuma maneira a comereis; Levítico 7:23-24.”
“Muito se tem dito e escrito ultimamente sobre o colesterol, elemento do corpo que pode aumentar grandemente pela ingestão de gordura animal. O resultado desse estado é muitas vezes o endurecimento das artérias. Este mal se relaciona com enfermidades como angina péctoris e é causa de doença cardíaca da coronária, muitas vezes seguida de morte súbita, e causa freqüente de perturbações dos rins e apoplexia.”
A saúde pública era questão importantíssima no acampamento de Israel. Por certo que contribuía para que, com a bênção de Deus, não houvesse: “entre as suas tribos… um só inválido” (Salmo 105:37). Nosso Pai celestial deseja que Seus filhos gozem abundante saúde. Com certeza gozaremos mais saúde se obedecermos às instruções que nos são dadas nas Santas Escrituras, as quais contêm a sabedoria e o conselho dAquele que declara: “Eu sou o Senhor que te sara”. Êxodo 15:26.”
Deus, além de orientar Moisés com relação a essas leis de saúde, também deu orientações com relação ao código civil e penal que a nova nação deveria ter. Isso incluiu leis sobre a escravidão, matrimônio, agricultura, etc. Era uma nação que estava nascendo no deserto e este foi o contexto dessas leis.
Quando Deus os chamou para ser uma grande nação, Ele quis um povo diferente, por isso Se propôs a formar uma geração forte e que fizesse a diferença. Deus estava estabelecendo uma nova relação não somente com o povo hebreu, mas com todos aqueles que quisessem retomar o culto ao único e verdadeiro Deus: O Deus Criador.
Houve, porém, uma outra Lei que Deus entregou a Moisés. Essa Lei é superior às orientações dadas ao povo hebreu, sem querer negar sua universalidade, aquelas eram ordenanças para um contexto específico.
Esta outra Lei traz uma característica especial que a diferencia. A Bíblia faz questão de ressaltar que foi o próprio Deus com Seu dedo, que a escreveu.
“E, tendo acabado de falar com ele no monte Sinai, deu a Moisés as duas tábuas do Testemunho, tábuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus.” (Êxodo 31.18)
Esta lei é a Lei Moral. A Lei dos 10 mandamentos. Diferentemente da ordenanças anteriores a Lei Moral traz em sua essência a característica da universalidade: é dever de todo homem. Os 10 Mandamentos não são mandamentos dados por Moisés aos hebreus, Deus mesmo os escreveu e os entregou a Moisés, que deveria transmiti-los ao povo. São mandamentos eternos, isto é, deveriam ser transmitidos de geração a geração. Uma forte evidência disso está relacionada ao 4º mandamento: ‘E havendo Deus acabado no dia sétimo a obra que fizera, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra que Deus criara e fizera.’ (Gênesis 2:1-3)
Por que afirmo isto? Quando Deus estabeleceu o sábado, não havia judeus na face da terra, mas apenas Adão e Eva: “Assim, pois, foram acabados os céus e a terra e todo o seu exército. E, havendo Deus terminado no dia sétimo a sua obra, que fizera, descansou nesse dia de toda a sua obra que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que, como Criador, fizera.” (Gênesis 2:1-3).
Viu? Não havia povo hebreu nesta época, apenas o casal que acabara de ser criado.
Isto indica que a Lei da qual o 4º mandamento faz parte é para toda a humanidade e não somente para os judeus. Os outros mandamentos também guardam essa universalidade: Ninguém deve matar, roubar, levantar falso testemunho contra o próximo, não é lícito o adultério, a cobiça, a falta de amor ao próximo. Esse código moral não é, portanto, prerrogativa para um povo, mas para toda a humanidade. O episódio do Monte Sinai foi a renovação dessa aliança entre o Criador e Sua criatura. Foi com os 10 Mandamentos que Deus renovou Seu pacto não somente com o povo hebreu, mas com todos os que O aceitam como Senhor de suas vidas.
Algumas denominações cristãs apresentam os 10 Mandamentos de forma adulterada. Julgando-se acima de Deus alteraram Sua Lei, alegando poder para isso. Mais adiante analisaremos em outros textos como, dentro do processo histórico, se deu esse erro fatal para o cristianismo.
Voltemos ao texto. Com a orientação divina a nação israelita se organizou como sociedade, de uma forma que tiveram uma autoridade espiritual, o sumo-sacerdote e uma autoridade política, que era o rei. Sua grande tragédia, porém, foi que ao crescer como nação se corrompeu doutrinal e espiritualmente. Somente aqueles que estiveram dispostos a obedecer à Lei divina conseguiram vitória apesar da corrupção do povo e dos líderes.
Muitos achavam que por terem sido um dia chamados ‘povo de Deus’, tinham a garantia de sê-lo para sempre. Acomodaram-se na fé. Seguiam muitas vezes a Lei, sem verdadeiramente cultuar o Autor da Lei. Ofereciam o cordeiro no altar, sem aprender a reconhecer o verdadeiro significado da morte simbólica do pequeno animal. Por isso, quando Jesus nasceu, poucos perceberam que Ele era o Cordeiro de Deus, o Messias prometido. Poucos viram na cruz o Filho de Deus, o Cordeiro que tira o pecado do mundo. A situação espiritual do povo judeu era calamitosa no tempo de Jesus, daí porque Ele chamou seus líderes religiosos de hipócritas!
O cristianismo foi formado a partir do judaísmo. Erramos quando pensamos que quando os judeus rejeitaram Jesus, eles foram substituídos pelo cristianismo. Doze judeus reconheceram em Jesus o Filho de Deus e eles foram o fundamento da igreja cristã. Essa é a característica que distingue o cristianismo: aceitar Jesus como Salvador e obedecer a Lei de Deus.
O inimigo de Deus sabe o poder de alcance espiritual que tem a obediência e ele insiste em tocar nesta esfera que nos faz render um culto ao Criador. Ele não desiste e quando suas estratégias começam a frustrar-se, ele parte para outro estratagema. Quando leva o homem a desobedecer a Deus, automaticamente faz com que ele rejeite a soberania divina sobre sua vida. Mas, quando não consegue levá-lo a negar a Sua existência e rejeitá-Lo, leva-o a obedecer-Lhe de maneira errada. Induz-lhe a elaborar uma maneira própria de adorar e obedecer. Muitos pensando que estão servindo a Deus e LHE obedecendo, muitas vezes não estão.
A Lei do Criador é o princípio de Seu governo e de Sua relação com a Sua criatura. Submeter-se a essa Lei é aceitar Seu domínio. O foco de ação do inimigo de Deus passa, então, a ser essa relação de obediência. Devagarzinho ele tem induzido a humanidade a rejeitar essa relação e a procurar em si mesma a solução para seus problemas. Por isso, muitos procuram respostas nas teorias humanas quando deveriam buscar na teologia.
A Bíblia diz em Eclesiastes 12:13 “Este é o fim do discurso; tudo já foi ouvido: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é todo o dever do homem.”
Agora fazemos uma pergunta, podemos conhecer a Deus sem guardar os mandamentos? A Bíblia diz em 1 João 2:4-6 “Aquele que diz: Eu o conheço, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade; mas qualquer que guarda a sua palavra, nele realmente se tem aperfeiçoado o amor de Deus. E nisto sabemos que estamos nele; aquele que diz estar nele, também deve andar como ele andou.”
Que Deus nos ajude a compreender e a aceitar a Sua vontade em nossas vidas.
Ruth Alencar
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Boa leitura a todos!
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Sou um apologista da imutabilidade da Lei, muitas vezes usei como argumentos as perguntas:
– Você pode matar, pode roubar, pode adulterar? Mas nunca me ative literalmente ao texto de Mateus 5:22 e 23 e também aos versos 27 e 28.
Muito bom!
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Nós obedecemos a Lei porque fomos salvos, não que para sermos salvos precisamos obedecer a Lei.
Se amo meu Senhor por ter-me salvo, obedeço-O por amor os Seus mandamentos.
A Graça já me foi concedida!
Somos salvos pelo sacrifício de Jesus Cristo, pela aceitação como meu Salvador pessoal.
Não há mérito em mim, contudo Ele nos fez merecedora em Seu nome!
Agora pergunto:
Se amo meu esposo, meus filhos, meus pais, farei o que eles desejam que eu faça?
Pergunte a uma mãe, se seu filho lhe pedir pão, dará a ele uma pedra?
Por amor ao seu filho, a mãe lhe dará o pão, o alimento.
O filho já existe, porém a mãe será capaz, de não dar a ele o alimento? Ora, se é o alimento que o manterá forte e saudável, seria ela capaz de negar? Se negar, o filho perderá as forças e acabará falecendo, certo?
Penso que por amor e somente por amor, não por obrigação, fazemos o que os nossos queridos nos pedem… Então, como não obedecer a Deus?
Se digo que amo a Deus e nego-LHE obediência, estou mentindo.
Como posso ficar cega a uma questão tão simples?
Amor gera obediência, respeito, dedicação!
Sou salva pela Graça e obedeço por amor, gratidão e reconhecimento ao meu Senhor.
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Ruth
Você, certamente, conhece o meu entendimento a respeito da imutabilidade da Lei, mas só para relembrar:
– Creio que a Lei é imutável porque ela é a expressão do caráter de Deus;
– Deus é perfeito, portanto, o Seu caráter é imutável;
– A Lei é imutável na sua essência, porém a sua aplicabilidade prática está diretamente ligada às circunstâncias vigentes;
– Cerimonial é o conjunto de formalidades que compõe uma cerimônia. A cerimônia em si mesma pode até ser imutável, no entanto, as suas formalidades são absolutamente dinâmicas;
– O propósito de Deus em relação a todas as Suas manifestações é que elas sejam felizes eternamente. Ora, a Lei é um certificado de amor, de paz, de ordem, de respeito… Se todos vão me amar, se ninguém vai me matar, se ninguém vai me roubar, se ninguém vai me ofender, e é isto que a Lei preconiza, então o propósito dela é me fazer feliz.
– A Lei é boa, perfeita e justa. Como, e para que, mudar o que é perfeito?!
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A suma de tudo é CONHECER A DEUS.
Até mesmo para escolher o que é errado, é necessário que se conheça a Deus, pois, se não O conhecer, corre-se o risco de escolher errado e acabar fazendo o que é certo!
A Lei é um excelente manual para aqueles que queiram conhecer a Deus.
Fraternalmente.
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