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O crescimento do cristão.
De cristão recém-nascido, como posso alcançar a maturidade? Que acontece?
A grande divisão: Os que conhecem a Deus e os que não O conhecem.
Estávamos recém-casados, e eu estava ansioso para fazer tudo que agradasse a minha esposa. Despendia muito tempo e esforço em fazer tudo direitinho para agradá-la. Cheguei até a envolver-me com os deveres domésticos. Mas usei uma cera errada no soalho, e tive que gastar muito tempo para removê-la. Tentei lavar a louça, mas quebrei alguns dos presentes de casamento. Procurei passar roupa, mas queimei um dos vestidos preferidos de minha mulher. Ao preparar a refeição matinal, pus a tostadeira numa temperatura tão elevada que não só se queimaram as fatias de pão como também os elementos da tostadeira. Terminei gastando meu tempo de desjejum soprando o pó de carvão na pia. Tentei pregar alguns botões, mas prendi a frente nas costas da blusa.
Ela queria conversar. Queria passar tempo em comunicação comigo, mas eu tinha muito que fazer. Eu estava raspando e consertando a tostadeira, removendo cera! Assim eu simplesmente não tinha tempo para estar com ela e conversar.
Espero que a esta altura você já tenha entendido que isto é uma parábola. Mas é possível nos envolvermos tanto em fazer coisas para agradar alguém, que nos esqueçamos de que o que mais lhe é agradável é sentar-nos e conversar. E nossos esforços para agradar terminam em fracasso quando procuramos realizar o que nos é impossível fazer.
Todavia, em nosso relacionamento com Jesus Cristo, quão freqüentemente nos encontramos na mesma posição dos gálatas, aos quais Paulo escreveu: “Sois assim insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais agora vos aperfeiçoando na carne?” Gál. 3:3. Quão fácil é deslizarmos para um enfoque legalista do cristianismo e descobrir, na prática, se não na teoria, que a comunhão com Cristo é desprezada enquanto trabalhamos e lutamos para fazer o que é direito, mais uma vez procurando salvar a nós mesmos!
Paulo tinha de repetidamente lembrar aos primitivos cristãos que a obra iniciada por Deus na vida deles, Ele a completaria (Filip. 1:6). Paulo lhes dizia: “Ora, como recebestes a Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nEle.” Col. 2:6. “Todavia, o Meu justo viverá pela fé, e, se retroceder, nele não se compraz a Minha alma. Nós, porém, não somos dos que retrocedem para a perdição; somos, entretanto, da fé, para a conservação da alma.” Heb. 10:38 e 39. “Olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus.” Heb. 12:2.
Nunca é suficiente apenas começar o relacionamento com Cristo. Não basta aceitar uma vez Sua graça perdoadora. Sem uma constante comunhão com Ele, o recebimento inicial de Cristo jamais será suficiente para a salvação. O casamento implica muito mais do que simplesmente dizer “prometo”. Casar é importante, mas continuar casado é igualmente importante.
Consideremos alguns exemplos do princípio de relacionamento contínuo, exarados nas próprias palavras de Jesus: “Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás, é apto para o reino de Deus.” S. Luc. 9:62. ”E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor se esfriará de quase todos. Aquele, porém, que perseverar até ao fim, esse será salvo.” S. Mat. 24:12 e 13. “Se vós permanecerdes na Minha palavra, sois verdadeiramente Meus discípulos.” S. João 8:31.
Voltemos, porém, a S. João 15, para a mais completa explanação de Jesus sobre a necessidade de continua comunhão com Ele, de passar tempo com Ele na vinha.
Permaneçamos na Vinha
Jesus diz: “Eu sou a videira verdadeira, e Meu Pai é o Agricultor. Todo ramo que, estando em Mim, não der fruto, Ele o corta; a todo o que dá fruto, limpa, para que produza mais fruto ainda. Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado; permanecei em Mim, e Eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em Mim. Eu sou a videira, vós os ramos. Quem permanece em Mim, e Eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem Mim nada podeis fazer.” S. João 15:1-5.
Essa analogia apresenta primeiro a videira, que é Jesus. Ele diz: “Eu sou a videira verdadeira.” Numa analogia do Velho Testamento, Israel devia ter sido a videira, mas provaram que eram uma vide infrutífera; por isso, há uma nova aplicação, uma nova interpretação nas palavras de Jesus neste capítulo. Israel devia ter sido o povo de Deus, mas um de seus problemas era o sentirem-se seguros por pertencer à nação israelita. Na analogia moderna, há aqueles que consideram a videira como sendo a igreja, e se sentem seguros da vida eterna porque seus nomes estão no livro da Igreja. Mas Jesus disse: ”Eu sou a videira verdadeira. Refere-se aqui ao relacionamento, ligação e comunhão com Ele, e não ao mero fato de pertencer à organização da Igreja.
Essas palavras foram ditas por Jesus imediatamente após a experiência no cenáculo. Ele e Seus discípulos dirigiam-se para o Jardim do Getsêmani. Pelo caminho, evidentemente, passaram por uma vinha. Jesus apontou para uma videira, visível ao luar, e usou-a como ilustração para os Seus discípulos.
Você já observou atentamente uma videira? Achou-a bonita? Não digo no verão, quando os ramos estão cheios de folhas, mas durante o inverno, quando se vêem apenas as varas peladas. Quão feia! Parece uma raiz saindo da terra seca, não é? São raízes escuras, cheias de nós, arqueadas, parecendo que jamais voltarão a reviver. Lembram-nos Aquele de quem se disse: “Porque foi subindo… como raiz de uma terra seca.” Isa. 53:2. A beleza de Jesus estava no Seu interior e não no exterior. Este verso também diz que nEle “nenhuma beleza havia que nos agradasse”. Sua beleza vinha do íntimo, de Sua ligação com o Pai, o lavrador na parábola.
É evidente que na parábola somos os ramos, e é surpreendente descobrir que os ramos, com sua folhagem verde na primavera, e verão, e suas cores refulgentes no outono, apresentam-se muito mais belos que a própria vide. O que vem da videira para os ramos resulta na beleza que obviamente o próprio Jesus deseja transmitir a Seus seguidores, enquanto Ele fica em segundo plano.
Duas Espécies de Ramos
Note que há duas espécies de ramos nesta parábola de S. João 15 – dois tipos de ramos que estão “na videira” (verso 2). “Todo ramo que, estando em Mim, não der fruto, Ele o corta.” Quer isto dizer que é possível que um ramo que esteja nEle não dê fruto? É isto que Ele diz. Não diz que todo ramo que pretenda ser verdadeiro, ou todo aquele que esteja ligado à igreja; diz: “Todo ramo que está em Mim…” Sendo assim, é possível ter um relacionamento com Ele e não produzir fruto, pelo menos por algum tempo. Talvez Judas fosse um exemplo. É evidente que ele não produziu fruto e foi cortado. Obviamente ele nunca se rendeu totalmente a Cristo, mas, com os outros discípulos, teve o privilégio de expulsar demônios, curar enfermos ç ressuscitar mortos mediante o poder de Jesus.
É possível a alguém tornar-se cristão, ser genuinamente convertido, estar na Videira, em Cristo, e contudo não produzir fruto, ser cortado. A palavra-chave é permanecer nEle. Não é suficiente unir-se a Cristo, de início; devemos permanecer nEle a fim de produzir fruto. Esta parábola também alude à questão de “uma vez salvo, salvo para sempre”. Ela mostra que é possível ser um ramo, mas ser cortado.
Unir-se à Videira, Jesus Cristo, é o início, mas somente início. Igualmente importante é habitar nEle. Que significa habitar? Se você estudar sobre essa palavra na Escritura, verá que habitar significa “permanecer”. Quando, no dia da ressurreição, os dois homens se aproximaram de Emaús, Ele foi convidado a ficar com eles – permanecer com eles. Na história de Zaqueu, Jesus disse: “…Me convém ficar hoje em tua casa.”
Permanecer na vide não é algo que acontece automaticamente. A união com a Videira, com Cristo, deve ser mantida. Esta parábola nos ajuda a compreender bem a questão do poder divino e do esforço humano na vida cristã. Assim Jesus abordou o tema sobre o uso da vontade e do poder da vontade na experiência cristã em desenvolvimento. Permanecemos nEle e Ele em nós. Nenhum ramo produzirá fruto se estiver apenas ocasionalmente ligado à Videira. A ligação deve ser firme. O ramo deve permanecer na Videira.
A videira produz fruto porque é videira, e não para ser videira. O ramo saudável produzirá frutos saudáveis, natural e espontaneamente. Se você tem uma vide sadia, e um ramo sadio ligado a ela, então você obterá frutos. Se você não quer que um ramo produza fruto, basta separá-lo da videira; nada mais precisará ser feito. O fruto é o que há de mais espontâneo com a verdadeira videira e os ramos. Se você quer uvas, não procure consegui-las separadas da videira. Algumas pessoas têm tentado fazer isso. Têm produzido uvas plásticas, algumas excelentes exteriormente. Mas se você tentar morder uma, ficará muito desapontado!
Que São as Uvas?
Que representam as uvas? Filipenses 1:11: ‘‘Cheios do fruto de justiça, o qual é mediante Jesus Cristo, para a glória e louvor de Deus.” Por favor, observe primeiro que o fruto é fruto de justiça; segundo, o fruto é mediante Jesus Cristo; e terceiro, é para a glória e louvor de Deus. Em Gálatas 5:22, é-nos revelado o fruto do Espírito: Amor, alegria, paz, longanimidade, e assim por diante.
Portanto, o fruto é justiça – e justiça espontânea porque o ramo está ligado à Videira verdadeira. Isto quer dizer que o cristão nunca luta com todas as suas forças para produzir justiça. Jamais foi ele solicitado a fazer isso. Cristo não nos pede que nos esforcemos para produzir fruto – Ele pede que permaneçamos nEle. Assim o deliberado esforço na vida cristã deve ser sempre no sentido de manter relacionamento com Jesus, de permanecer na Videira, e nunca para produzir frutos de justiça. Pois, ao continuarmos ligados à Videira, os frutos virão.
Cristo põe fim ao esforço para produzirmos fruto separados da Videira. Quando vemos nossa condição, nosso total fracasso em produzir fruto real, separados de Jesus, então chegamos a admitir, com Paulo, que o bem que queremos praticar não conseguimos (Rom. 7:18). E só então podemos descobrir o que significa estar realmente ligado à Videira. Somente então compreendemos a necessidade e o privilégio de permanecer em Cristo.
“Sem Mim Nada Podeis Fazer”
Algumas pessoas temem uma religião ociosa, que não faz nada. Mas as palavras de S. João 15:5 procedem diretamente dos próprios lábios de Jesus. Observe-as agora como outra pequenina ênfase na primeira frase: “Eu sou a Videira, vós os ramos.” Eu sou a videira. Vós não sois a videira. Vós sois os ramos. E “sem Mim nada podeis fazer”. Por favor, note também que embora seja uma frase negativa, ela pode ser enunciada positivamente, como em Filipenses 4:13: “Tudo posso nAquele que me fortalece.” NEle podemos realizar todas as coisas.
Como é maravilhosa nossa salvação no Céu, e certa nossa segurança da vida eterna, assim é também a verdade de que Jesus pode realizar Seu propósito de viver Sua vida em nós agora, se nos submetermos totalmente a Ele. E então Ele produzirá muito fruto. Há esperança de colheita, de produtos e resultados na vinha do Senhor. O próprio Deus está interessado nos frutos e ansioso para ver os resultados, a colheita. Ele é o Agricultor, o grande Lavrador, que espera os resultados.
Não faz muito tempo conversei com um vizinho a respeito da obra de Cristo concluída na cruz, e como a salvação e a vida eterna nos são asseguradas pelo sacrifício de Jesus. Perguntei-lhe então: “Sendo assim, qual o propósito da santificação? Para que viver a vida cristã?”
Bem, para que serve o fruto? “Para a glória e louvor de Deus.” S. Mateus 5:16 diz: “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos Céus.” Portanto, qual o propósito do fruto? Glorificar e honrar a Deus, e assim revelar Seu amor aos outros. Estribados nos ensinamentos de Jesus, temos a esperança de colheita, de fruto na vinha, para glória de Deus.
Como Permanecer em Cristo
Como permanecer na Videira? Como manter íntimo relacionamento com Jesus Cristo? Tendo esgotado seus próprios recursos, compreendido sua própria incapacidade de produzir frutos separado dEle, e reconhecido que sem Ele nada pode fazer, que fará você então? O que significa permanecer em Cristo, estar em Cristo e ter Cristo em você (Col. 1:27)? É claro que isto se refere a uma comunhão muito íntima. É sobre isto que Cristo aqui diz: Permaneça no relacionamento iniciado quando você Me aceitou como Sua única esperança. Permaneça em comunhão comigo.
Por favor, não caia na armadilha que já mencionamos, de pensar que a maneira de permanecer em relacionamento com alguém é procurar fazer as coisas que lhe são agradáveis, comprar seu amor com nossos atos. O relacionamento produz os atos, e não são os atos que produzem o relacionamento. Esse não é o meio de continuar em boas relações com quem quer que seja.
Aceitamos a Jesus em primeiro lugar e nos ligamos à Videira, não procurando produzir frutos para sermos dignos, mas aceitando o grandioso dom de Sua graça. Contudo, não concluamos que o aceitar Sua graça não requeira nenhum esforço, pois muitos pecadores descobriram que é difícil desistir de si mesmos e ir a Cristo. Mas esta obra é diferente daquela que visa à justiça e a ser aceitos por Deus. O esforço envolvido está em admitir, diariamente, que nada podemos fazer, e em ir a Cristo para aceitar Sua graça.
Você já percebeu que ir a Cristo, diariamente, é difícil? Freqüentemente, é. Você terá de admitir que Paulo usou a expressão correta ao chamar isto um combate – “o bom combate da fé”. I Tim. 6:12. Nem sempre é fácil reservar uma parte de seu dia para uma comunhão íntima com Deus. Não é sempre natural ficar em contato com Ele durante o dia. Às vezes isto requer verdadeiro esforço.
Em S. João 15 Jesus nos diz em que deve concentrar-se nosso esforço. Não pede que nos esforcemos para produzir fruto – diz-nos para permanecer nEle. E se escolhemos isto, não temos escolha quanto ao fruto. Será o resultado natural e espontâneo de nossa permanência nEle.
Primeiro aceitamos Jesus pela fé nEle como nosso Salvador pessoal. É assim que se forma a união com a Videira, e também é assim que essa união continua. É de suma importância compreender que Jesus não atribui a responsabilidade a nossas obras, ou produção de frutos, mas a nós. Conquanto seja verdade que devemos produzir fruto, também é verdade que só podemos fazê-lo mediante a fé nEle. “Porque sem Mim nada podeis fazer.” “Não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira.” Mas se permanecer na Videira, dará muito fruto, que é o resultado natural da permanência em Cristo.
Mas Leva Tempo
Há algo mais nessa analogia de Jesus e a vinha que não queremos omitir. Isto é, o fruto não vem da noite para o dia. A idéia de uma videira e ramos, e uma vinha, indica crescimento, avanço. Acontece aos poucos, não de uma vez. Nenhuma vinha tem condições de produzir perpetuamente. O fruto requer tempo.
Pode ser que você não esteja familiarizado com o trabalho numa vinha, mas muitos de nós já procuraram transplantar algo. Portanto vamos a um jardim, em vez de vinha, para observar esse princípio relativo ao crescimento. Certo dia minha esposa trouxe uma planta para casa. Por algum tempo se deu muito bem no vaso, mas depois ela cresceu demais e teve de ser transplantada. Escolhi um local e, sem consultar minha esposa, mudei a planta para lá.
Em resultado de a ter plantado em lugar errado, tive de cavar e transplantá-la novamente. Não gostei do local, e assim arranquei-a e a transplantei de novo. Então a planta ficou um pouco cansada! Suas raízes começaram a ficar amolecidas e emaranhadas no solo, e lá veio o jardineiro e cavou a terra outra vez. Mas não deu resultado no outro dia notei que as folhas estavam caindo.
Ao estudar a parábola da vinha, você tem de concluir que permanecendo o ramo ligado à videira ainda há um processo de crescimento. Isso nos deixa muito intrigados, porque muitos de nós percebem que, mesmo tendo escolhido permanecer com Cristo, nossa imaturidade se revela freqüentemente; com muito pesar reconhecemos que a obra ainda não está completa.
Também na vinha notamos que não é uma ligação intermitente ou dependência parcial que capacita a videira a produzir fruto. Não é plano de Deus que creiamos parcialmente nEle e parcialmente em nós mesmos.
Lembramos da história de um homem que, no tempo antigo, caminhava pela estrada com um fardo nas costas. outro homem se aproximou numa charrete puxada por um cavalo, que parecia velho e cansado. A charrete parecia pequena, mas o charreteiro deu uma carona àquele caminhante. Este aceitou, sentou-se na charrete mas continuou com o fardo nas costas.
Outro homem foi fazer uma viagem de quatro dias numa embarcação fluvial. O dinheiro que levava consigo deu apenas para comprar a passagem, de modo que não pôde pagar extra por refeições e acomodação no barco. Por isso comprou biscoitos e queijo para comer durante a viagem. À hora de cada refeição, enquanto os outros iam para o refeitório, ele escondia-se atrás de uma chaminé e comia seus biscoitos e queijo. Uns dois dias depois seu lanche começou a embolorar e ele pensou que ia morrer de fome. Então alguém o descobriu lá no seu esconderijo e disse: ”Que acontece com o senhor? Quando comprou sua passagem, o senhor pagou também por todas as refeições. Venha comer conosco.”
Aceitamos a graça de Deus e dizemos: É maravilhosa. Ele me proveu eterna salvação no Céu. Agora devo carregar meu próprio fardo. E trocamos a carga do pecado pela da santidade, ao lutarmos para produzir fruto mediante nossas próprias forças. Jesus tem-nos convidado para o banquete das bodas do Cordeiro pela comunhão com Ele, e pensamos que temos de levar nosso próprio alimento. Aceitamos Seu poderoso evangelho como um dom, e vibramos com isso, mas a emoção esvaece quando deixamos de ver que para andar em comunhão com Ele temos de fazê-lo pelo mesmo método que primeiro nos levou a Ele – tudo pela fé. Prosseguimos desejosos de acrescentar algo a isso, o que nos torna muito penoso permitir que Ele leve nossos fardos, pecados e fracassos. Não Lhe permitimos dar-nos o poder de que tanto carecemos. Não entendemos que Ele quer conceder-nos a vitória como um dom.
Jesus, Nosso Exemplo
Outra lição que podemos aprender da parábola da vinha é a de que Jesus é nosso exemplo quanto à permanência. Você sabe que as videiras necessitam de apoio? Elas não ficam erguidas sozinhas, mas precisam apoiar-se em caramanchões ou coisas semelhantes. Jesus disse que Ele é a Videira, e Seu apoio vinha do Pai, o Lavrador. Enquanto viveu neste mundo Jesus tornou-Se o maior exemplo de permanência e dependência de outro, em comunhão e comunicação pessoal. Diz-nos a Escritura Sagrada que Ele antes do amanhecer saía para ter comunhão com o Pai, em meio à Natureza. Muitas vezes passou noites inteiras em oração.
A idéia de passar toda uma noite em oração pode ser apavorante. Mas Jesus não pede isso. Não exigiu isso de Seus discípulos. No entanto, quanto tempo já faz que você gastou quinze minutos ou meia hora para responder ao amorável convite de Jesus, para permanecer nEle mediante comunhão pessoal?
Vejo dois homens andando pelo caminho rumo a Emaús (S. Luc. 24). Um estranho une-se a eles, e, enquanto lhes falava, ardia-lhes o coração. Já é tarde quando chegam à casa, por isso dizem ao Estranho: Fica conosco. Já é tarde. Fica em nossa casa. Eles responderam a Jesus antes mesmo de compreenderem quem era o Estranho.
Meu amigo, hoje está ficando tarde. Os sinais predizem o entardecer. Lá fora está ficando escuro. Sempre o foi, mas agora a escuridão é cada vez maior. Você não deseja unir-se a esses desconhecidos discípulos que preferiram convidar Jesus para ficar com eles? Não gostaria também de dizer: Vem e fica em nossa casa?
O Tempo da Colheita
Ao continuarmos nosso permanente relacionamento com Cristo, ao permitir-lhe que realize Sua obra em nossa vida, e continuarmos buscando melhor relacionamento e comunhão com Ele, podemos aguardar jubilosos o tempo da colheita. Esse tempo virá à nossa vida enquanto permanecermos nEle. Ao ser Sua obra desenvolvida em nós, amadurecerão os frutos do Espírito.
Um de meus amigos tinha uma filhinha de três a quatro anos de idade. Esse amigo viajava muito. Um dia, ao voltar de viagem e entrar em casa, a garotinha, que não o vira por alguns dias, correu para ele e disse:
– Olhe, papai, já aprendi a escrever.
E apresentou-lhe uma pequena lousa com todo tipo de rabiscos, manchas e borrões. Era uma mensagem.
Como bom pai, ele disse:
– Certo, você já aprendeu a escrever. Que maravilha!
E ele exagerou tanto, que a menina, com olhos arregalados e boca aberta, perguntou:
– Que está escrito aí, papai?
Aí ele ficou atrapalhado. Não sabia o que dizer mais. Hesitou um pouco, e então a idéia lhe veio, e deve ter vindo de cima. Ele sentou-se e disse:
– Queridinha, vou lhe dizer o que está escrito. Aqui diz que você é uma meninazinha que realmente quer saber escrever. Diz que você está se esforçando muito para isso, e que você está crescendo e algum dia escreverá muito bem.
Ela olhou para ele e perguntou:
– Diz tudo isso, paizinho?
– Sim.
Como cristão em crescimento, esforço-me para produzir minha obediência, que absolutamente não é verdadeira obediência. É simplesmente como rabiscos, manchas e borrões. Apresento isso a Deus e digo: “Olha, já aprendi a obedecer!” Como meu Pai celestial, Ele diz: “Você sabe o que seus esforços Me dizem? Eles Me dizem que você é realmente um cristão, que realmente se preocupa com isso. Dizem que você está crescendo, e algum dia chegará lá.”
Podemos assim aguardar jubilosos o tempo do amadurecimento, da colheita em nossa própria vida, e também para o tempo da colheita no mundo inteiro. Deus é capaz de terminar a obra que Ele mesmo iniciou em nossa vida. Enquanto ficarmos com Ele, nada teremos a temer.
Milhões de pessoas hoje crêem na segunda vinda de Cristo. Houve tempo em que aqueles que pregavam isto eram taxados de propagadores de calamidades e profetas de condenação. Hoje, porém, até cientistas e estadistas que analisam os acontecimentos mundiais, predizem calamidades. Até lideres seculares compreendem que este mundo está correndo para o fim, e que eles são incapazes de impedi-lo.
Faz alguns anos, meu pai e meu tio dirigiram conferências públicas numa cidade. Uma noite, quando meu tio começou a falar sobre o fim do mundo e a segunda vinda de Jesus, um homem saltou para frente e, voltando-se para o auditório, começou a gritar:
– Não acreditem no que os irmãos Venden estão dizendo. Eles não passam de alarmistas, que vieram aqui para enganar vocês. Falam acerca do fim do mundo, o que nunca irá acontecer. As coisas continuarão como têm sido, e assim será sempre.
E voltando-se para o meu tio, disse:
– O senhor não pode me dar uma única prova de que isso irá acontecer!
– Eu posso. O senhor é a última prova que acabo de ver – respondeu meu tio.
– Que o senhor quer dizer com isso? – indagou o homem.
Meu tio folheou a Bíblia e leu II Pedro 3:3 e 4: “Tendo em conta, antes de tudo, que, nos últimos dias, virão escarnecedores com seus escárnios, andando segundo as próprias paixões, e dizendo: Onde está a promessa de Sua vinda? Porque desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação.”
E o homem afundou-se no seu assento. Coisas extraordinárias aconteceram dali em diante naquele lugar! O Senhor deu o texto certo no devido tempo.
Deus não começa alguma coisa e então a deixa por terminar. Ao começar, Ele vai até ao fim. Mesmo quando deixou o sepulcro na manhã da ressurreição, Jesus tomou tempo suficiente para dobrar os lençóis e o lenço e deixar tudo bem arrumado. Não necessitava mais deles. E quão mais seguramente Ele concluirá o grande plano da redenção, da restauração. Ele fez provisão para compensar-nos por termos nascido neste mundo de pecado. Você não é grato porque Ele é capaz de continuar com o Seu plano de salvação até o fim, o qual é apenas o começo da eternidade? Nada o poderá deter.
Segunda Vinda – Boas Novas ou Más?
Como você reage ao ler, ouvir ou pensar sobre a segunda vinda de Cristo? Parecem-lhe boas novas ou más? Você fica empolgado ou sente medo? A questão crucial é: Você estará pronto? “Oh”, você dirá, “estou tão por fora disso! Nunca irei conseguir. Não há oportunidade para mim.” Perguntei a um jovem qual a primeira coisa que ele gostaria de fazer no Céu. A resposta foi: “Se eu entrar no Céu, ficarei tão surpreso que nem saberei o que fazer lá!”
É por isso que desejo recordar um texto que fala de esperança, e nos mostra como podemos estar prontos para a vinda de Cristo. Efésios 2:13: “Mas agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue de Cristo.”
Você sente que está muito longe? Pelo sangue de Jesus, mediante a expiação e o sacrifício na cruz, você pode ser aproximado. Isto são boas novas, não acha? A salvação não é algo que adquirimos; é algo que recebemos como uma dádiva. E podemos recebê-la de novo, cada dia.
Você está salvo? Pode saber agora que está salvo? Bem, isso depende do que você quer dizer. Há três vocábulos gregos para salvação. Um se refere à questão: ”Aceitei a morte de Jesus em favor da humanidade?” Outro, à indagação: “Estou neste momento desfrutando de um relacionamento salvífico com Jesus?” E o terceiro: “Estarei salvo no futuro?”
Permita-me perguntar-lhe: Você aceitou a morte de Jesus em favor de toda a humanidade? Então, neste sentido, você está salvo. No presente você mantém um salvador relacionamento com Jesus Cristo? Fala com Ele? Já conversou com Ele hoje? Passa algum tempo com Ele, pessoalmente? Você deve ser capaz de saber a resposta a esta pergunta. Não precisamos preocupar-nos se estaremos, ou não, salvos no futuro. Não podemos predizer que decisão podemos tomar nesse meio tempo. Mas podemos saber que estamos salvos hoje. Isto é o que importa. Hoje você aceitou Jesus e Seu sangue, que mais o aproxima do Céu? Você pode fazer esta escolha.
E ao continuar a fazer essa escolha, você pode esperar com alegria o fim do pecado e a hora em que Jesus voltará para o Seu povo.
Conhecer a Deus – Vida Eterna
Jesus disse em S. João 17:3: “E a vida eterna é esta: que Te conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” A base completa da vida cristã acha-se em conhecer a Deus. Este é o caminho pelo qual aceitamos Sua salvação, Seu perdão e poder. E por fim, conhecer ou não conhecer a Deus torna-se a questão crucial. Note como isto acontece.
Quando Jesus voltar haverá dois grupos de pessoas, chamados por nomes diferentes – os bons e os maus, os crentes e os ímpios, as ovelhas e os cabritos, os justos e os injustos, o trigo e o joio, os sábios e os néscios, os quentes e os frios, e assim por diante. Mas haverá somente dois grupos quando Jesus voltar.
No PRIMEIRO DIA estudamos a história das bodas registrada em S. Mateus 25. Havia cinco virgens prudentes e cinco néscias. E Jesus nos deu uma idéia do que determinou a diferença entre os dois grupos. Quando as néscias quiseram entrar para o banquete nupcial, a resposta que receberam foi: “Não vos conheço.” Em S. Mateus 7, versos 22 e 23, é descrita a mesma divisão. “Muitos, naquele dia, hão de dizer-Me: Senhor, Senhor! Porventura não temos nós profetizado em Teu nome, e em Teu nome não expelimos demônios, e em Teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi explicitamente: Nunca vos conheci. Apartai-vos de Mim, os que praticais a iniquidade.”
Desta passagem podemos concluir que, no fim, haverá somente duas classes de pessoas – os que conhecem a Deus e os que não o conhecem. Não haverá outra opção.
Acrescentemos outra passagem, que se encontra em Apocalipse 3. os primeiros capítulos desse livro falam-nos de sete igrejas. O capítulo 3, verso 13 em diante, descreve a última das sete, na história das igrejas, até pouco antes de Jesus voltar. A última igreja é a de Laodicéia. “Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve: Estas coisas diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus.” Quem é Esse? É Jesus.
E não esqueça que o Apocalipse é o próprio livro de Jesus. Os Evangelhos foram escritos sobre Jesus, mas não são livros dEle. O Apocalipse é o único livro que começa assim: “Revelação de Jesus Cristo, que… Ele enviando por intermédio de Seu anjo, notificou ao Seu servo João.” De todos os livros da Bíblia, o Apocalipse é o livro exclusivamente de Jesus, sendo assim de supremo interesse para aqueles que estão interessados em Jesus.
Vem a seguir a descrição da igreja conhecida como Laodicéia: ”Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente!” Apoc. 3:15. Um momento! Esta é uma declaração surpreendente. Preferiria Deus que fôssemos frios e não mornos? É o que está dito. “Assim, porque és morno, e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da Minha boca.” Verso 16. Esta é outra maneira de dizer que as pessoas mornas causam náuseas a Deus! “Pois dizes: Estou rico e abastado, e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu.” Verso 17. Eis aí, pois, a descrição de Laodicéia, a igreja morna.
Que é Morno?
Ora, se Laodicéia é conhecida por sua mornidão, qual será a percentagem dos mornos? Se é conhecida como igreja morna, é lógica a ideia de que a maioria tem de ser morna. Ao dizermos que os Estados Unidos são uma nação democrática, que dizemos com isso? Que a maioria de seu povo acredita num governo democrático. Assim, pelo menos 51 por cento dos laodiceanos devem ser mornos. Esta declaração é muito forte, não é? Significa que até pouco antes da volta de Jesus muitos mornos farão parte da Igreja.
Se em sua maioria os que compõem a Igreja são mornos, então pode-se esperar que alguns professores, pastores, líderes e administradores sejam mornos. Isto quer dizer que provavelmente eles nomearão como dirigentes pessoas como eles, não é mesmo? A mornidão predomina em toda parte porque a maioria do povo de Laodicéia é morna.
Isto nos leva a outra pergunta. Que é mornidão? Que torna morna uma pessoa? Costumo usar uma antiga ilustração referente à pia da cozinha – uma pequena lição de economia doméstica. Nessa pia há uma única torneira, com uma alça à esquerda, para água quente, e a outra à direita, para água fria. Se queremos água morna, que fazemos? Simplesmente abrimos as duas partes, quente e fria, e temos água morna.
Esta ilustração pode não ser muito adequada, pois seria ridículo imaginar um laodiceano quente de um lado, e frio de outro. Mas dá-nos uma idéia de que morno é a combinação, ou mistura de quente e frio.
Ao permitir que as Escrituras sejam seu próprio intérprete, descobrimos o que torna morna uma pessoa. Leia S. Mateus 23 e verá que Jesus deixou muito claro que o problema das pessoas de Seu tempo era que eram exteriormente quentes, mas no íntimo eram frias. É isso que produz a mornidão. Jesus disse: “Sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora se mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos.” Em outras palavras, estavam apodrecidos por dentro. E Jesus vai muito além, em S. Mateus 23, ao ponto de chamá-los ”víboras e filhos de víboras’‘. Verso 33, Today English Version. Todavia Ele tinha lágrimas nos olhos ao dizer isso.
Nesse mesmo capítulo é dito: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque limpais o exterior do copo e do prato; limpa primeiro o interior do copo, para que também o seu exterior fique limpo.” Se o interior estiver bem, também o estará o exterior. E possível, porém, que o lado externo pareça bom, ao passo que o interno esteja deteriorado. Uma pessoa pode parecer correta em todas as suas atitudes exteriores, com excelente comportamento, e ser simplesmente uma pessoa moral. A moralidade tem que ver basicamente com o exterior, a conformidade externa com leis, princípios e regulamentos. Uma pessoa moral segue os costumes de sua sociedade, exteriormente; mas em seu íntimo pode ser justamente o oposto. Assim a pessoa morna é aquela que faz tudo certo, mas seus motivos são equivocados.
A condição da maioria das pessoas na Igreja, até pouco antes de Jesus voltar, será superficial. Procuram fazer o que é exteriormente correto, a fim de obter justiça pelas obras. Não conhecem a Deus, contudo procuram viver como Seus filhos. E é lamentável que Laodicéia nem mesmo conhece sua condição. É “infeliz, miserável, cego e nu’‘, e não sabe.
Um momento – quando Jesus realmente voltar, quantos grupos de pessoas haverá? Já vimos que haverá apenas dois. Quem são eles? Os quentes e os frios. Quando Jesus voltar, trazendo o galardão para cada um, haverá somente dois grupos de pessoas. Não haverá recompensa morna para os mornos. Não haverá lago de fogo morno para os mornos. Não haverá Céu morno para os mornos.
Portanto, se haverá somente dois grupos de pessoas ao Jesus voltar, segue-se então a pergunta: Que acontecerá com o grande número de mornos? Desaparecerão. Para onde irão? Terão se tornado ou quentes ou frios. Isto quer dizer que desde o tempo de Laodicéia, a última das sete Igrejas de Apocalipse, até à volta de Jesus, há um intervalo no qual as pessoas se decidirão por um ou por outro lado. Terá lugar uma polarização, e ninguém mais continuará morno.
Sinal da Vinda de Cristo
O motivo pelo qual me interesso nesse assunto é que acredito que essa polarização já vem acontecendo por anos e tornando-se mais evidente a cada dia. Creio ser este o maior sinal da proximidade da volta de Jesus. A evidência é de que justamente antes de Jesus voltar, as pessoas vão dividir-se em dois grupos, somente dois, os quentes e os frios.
Com isto em mente, leiamos Apocalipse 3:18 e 19. Aqui está o conselho para os mornos em Laodicéia: “Aconselho-te que de Mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha de tua nudez, e colírio para ungires os teus olhos, a fim de que vejas. Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso, e arrepende-te.”
Para melhor compreensão, vamos dividir esta mensagem para os mornos, em duas partes. A primeira encontra-se nos versos 15-17. É uma censura a Laodicéia. Sei as tuas obras, que nem és quente nem frio. Oxalá fosses frio ou quente. Mas dizes que és rico, cumulado de bens, e de nada necessitas; mas não sabes que és infeliz, miserável, pobre, cego e nu. Tal é a censura feita a Laodicéia.
Mas há algo de belo quanto à paciência de Deus para com Sua Igreja. É ótimo saber que mesmo Laodicéia, uma comunidade morna, pode ainda ser a Sua Igreja. Ele deve ser muito paciente. Nunca censura alguém sem prestar-lhe ajuda. Portanto, a segunda parte da mensagem a esses laodiceanos é conselho. ”Aconselho-te que de Mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires,… e colírio para ungires os teus olhos, a fim de que vejas.”
Assim é a segunda parte, verso 18, é o conselho aos laodiceanos. A primeira parte é censura, a segunda parte é conselho.
Consideremos por um momento em que consiste o conselho. Os estudiosos do simbolismo do Apocalipse afirmam que o ouro representa fé e amor. E que são as vestiduras brancas? A justiça de Cristo. O colírio indica discernimento e percepção espirituais – que vêm através do Espírito Santo. O conselho aos laodiceanos refere-se à sua necessidade da justiça de Cristo pela fé, e a fé vem somente mediante um relacionamento pessoal e diário com Jesus.
Os Resultados do Conselho
Quais serão os resultados desse conselho da Testemunha Verdadeira? Algo fará com que o terceiro grupo, dos mornos, desapareça porque se tornarão quentes ou frios.
Assim é fácil ver que a censura causará alguma polarização. É possível erguer-se alguém e proferir uma repreensão fulminante, vociferar e nada relevar, deixar que as pessoas paguem pelos seus pecados, e causar divisão nas igrejas. Mas uma coisa é certa – o reavivamento jamais acontece com base em exterioridades. Nunca! A mudança externa pode-se chamar reforma, mas a reforma não tem valor a menos que seja precedida pelo reavivamento. É este que produz a reforma genuína, e tem que ver com o coração, com a vida espiritual interior.
Temos, pois, de ressaltar aqui, cautelosamente, que sempre que houver um genuíno reavivamento espiritual, será baseado na justiça de Cristo, na fé e amor, no Espírito Santo e na comunhão íntima com Jesus.
No entanto, Apocalipse 3 indica que esta é uma grande mensagem divisória: leva as pessoas a polarizar-se num dos dois grupos – quente ou frio. Que há na mensagem da justificação pela fé em Cristo e a necessidade de comunhão com Ele, que leva as pessoas a escolherem um ou outro lado?
Há exclusivamente uma resposta. os laodiceanos, os mornos, acostumaram-se a encontrar segurança em algo que não seja a justiça de Cristo, a fé, o amor, o Espírito Santo. Acham sua segurança nos atos externos que praticam. Pessoas fortes podem encontrar segurança em exterioridades porque sua vida exterior é correta do ponto de vista moral. Dizem: Não me importo com a justiça de Cristo pela fé e com minha necessidade de manter comunhão pessoal com Deus a fim de receber Sua fé e amor. Minha vida moral é boa. Deus, evitas que Teus planetas colidam, ajudas os ébrios nas sarjetas, e também as prostitutas e ladrões. E quanto a mim? Estou indo muito bem. Obrigado.
Este é o problema do morno laodiceano. Foi o problema dos superficiais nos dias de Jesus. Quando Jesus Lhes falava acerca de Deus, da fé, do amor, da entrega total, isso constituía uma ameaça à segurança deles. Sentiam que lhes era tirada violentamente a base de sua segurança. E aqueles que pensam ter algum dia assegurado o Céu porque são bons não continuarão pensando assim ao ouvirem a ênfase sobre a justiça de Cristo como nossa única esperança. ou a receberão como boas novas e entrarão num relacionamento de fé com Cristo, aceitando sua justiça e amor em comunhão diária, ou se afastarão totalmente, dizendo: “Muito obrigado, isto não me interessa.” É um mistério difícil de explicar.
Mas onde Jesus passava, as pessoas nunca mais eram as mesmas. onde Ele era exaltado, ocorria um reavivamento ou uma revolta. Aonde quer que o apóstolo Paulo fosse, determinado a nada mais saber senão a Cristo crucificado, o povo ficava de um ou de outro extremo. ou lhe davam as boas-vindas na sinagoga, ou o expulsavam da cidade. Não existe a mínima possibilidade de permanecer neutro na presença de Jesus.
É isso, pois, que faz com que o grande grupo intermediário desapareça imediatamente e antes da volta de Jesus. Ao voltar Ele, haverá somente dois grupos. Esta ênfase sobre a justiça de Cristo pela fé exclusivamente tem surgido com toda a firmeza, e nada irá detê-la. É a última mensagem justamente antes do regresso de Cristo, e provocará os eventos finais. Ao vermos que isso está acontecendo, podemos regozijar-nos, porque é sinal de que Jesus virá muito, muito breve.
A Grande Divisão
A grande divisão está se processando justamente agora. Está acontecendo em todas as igrejas, em todo o mundo. Jesus disse: “Não penseis que vim trazer paz à Terra; não vim trazer paz, mas espada” S. João 10:34. Falou de parentes que se levantariam uns contra os outros, e é o que vemos hoje. Durante anos tem sido possível que duas pessoas vivam juntas, como marido e mulher, sob o mesmo teto, e se darem muito bem porque ambos são mornos. Mas os mornos desaparecerão ao aproximar-se a vinda de Cristo; um se tornará quente, e o outro ficará frio. Que acontecerá no lar? Haverá incompatibilidade, não é mesmo?
Você sabia que o índice de divórcio nos Estados Unidos atinge cerca de 53 por cento dos casamentos? Sabia que esse índice é basicamente o mesmo entre os membros de igreja? Antes não era assim, absolutamente. Vemos então toda espécie de resultados à medida que a polarização penetra o centro da família, o centro da igreja. As pessoas vão para um ou para o outro lado, e isto está sucedendo rapidamente.
Quero arriscar-me em afirmar que cada um de nós sabe hoje, justamente agora, para onde está indo. Como podemos saber? Como já vimos, depende de conhecermos ou não conhecermos a Deus. Podemos resumir isto numa indagação: Você conhece Jesus como seu Amigo pessoal? Dedica tempo para estar com Ele, em comunhão mútua, aceitando continuamente Sua graça salvadora? Esta é uma questão de vital importância.
É possível que você esteja enfrentando problemas reais e angustiosos, mas se você conhece Jesus mediante um relacionamento pessoal, diário, você alcançará a vitória. E mesmo que ocasionalmente perca uma batalha, Deus já ganhou a guerra. Se você leu o final do Livro, sabe que irá vencer! S. João 17:3 diz de maneira muito evidente: “E a vida eterna é esta: que Te conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.”
É mediante o conhecimento de Jesus que recebemos nossa salvação, que continuará até ao fim, pois está apenas no início!
Morris Venden
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"Se você leu o final do Livro, sabe que irá vencer! S. João 17:3 diz de maneira muito evidente: "E a vida eterna é esta: que Te conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste."
Há algo de muito maravilhoso na mensagem do cristianismo. Algo profundo que faz a grande diferença no que concerne a verdadeira espiritualidade.
Desejo de todo meu coração que a leitura deste livro tenha proporcionado a você leitor amigo a mesma experiência que se revelou para mim: Deus é maravilhoso e é simplesmente fantástico descobrir a beleza de um relacionamento com Ele.
É realmente aprender a viver em liberdade… liberdade do ser.
18 de novembro de 2010 11:01
Tenho muitos comentários a fazer sobre o tema deste livro, mas eles serão expressos em futuros textos.
18 de novembro de 2010 11:05
Pedro disse…
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“Quero arriscar-me em afirmar que cada um de nós sabe hoje, justamente agora, para onde está indo. Como podemos saber? Como já vimos, depende de conhecermos ou não conhecermos a Deus. Podemos resumir isto numa indagação: Você conhece Jesus como seu Amigo pessoal? Dedica tempo para estar com Ele, em comunhão mútua, aceitando continuamente Sua graça salvadora? Esta é uma questão de vital importância.
É possível que você esteja enfrentando problemas reais e angustiosos, mas se você conhece Jesus mediante um relacionamento pessoal, diário, você alcançará a vitória. E mesmo que ocasionalmente perca uma batalha, Deus já ganhou a guerra. Se você leu o final do Livro, sabe que irá vencer! S. João 17:3 diz de maneira muito evidente: "E a vida eterna é esta: que Te conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste."
É mediante o conhecimento de Jesus que recebemos nossa salvação, que continuará até ao fim, pois está apenas no início!”.
18 de novembro de 2010 22:20
Pedro disse…
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– Se o livro não tivesse sido escrito, bastaria a citação de João 17: 3 e tudo estaria dito. Quando muito, complementado pelo comentário acima.
Mas, não estou querendo dizer que o livro não precisaria ter sido escrito! Foram muito válidas as ilustrações apresentadas, tornando mais fácil o entendimento de alguns textos e mostrando formas práticas para um efetivo relacionamento com Deus .
As interpretações do autor merecem todo respeito cristão, o que não quer dizer, em absoluto, que sejam intocáveis! Ele, como todos nós, é um aprendiz, está em permanente crescimento, portanto, passível de críticas e até correções. Faço esses comentários sem nenhum temor de que sinta-se ofendido! A um cristão do seu quilate, certamente, não faltará humildade bastante para desculpar as possíveis heresias que venham a ser-lhe dirigidas.
Finalizando, resta-nos agradecer a irmã Ruth pela sua iniciativa e parabenizar ao autor pelo excelente trabalho.
Fraternalmente, em Cristo.
18 de novembro de 2010 22:22